quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cap.6 - Wanted Dead or Alive

- Chega! Não há como você entar no inferno Daniel! Primeiro porque é loucura, segundo porque a menos que você seja um ser celestial ou esteja morto, você não passará pelos portões. - Laura me dizia, ela estava ficando irritada com minha insistência de matar Lúcifer no inferno.
- Tem que haver um meio Laura, vocês poderiam me matar. Eu já ressucitei uma vez. - ainda insistia com todas as minhas forças.
- Matar você? Não sabemos quem trouxe você de volta e não sabemos se trará uma segunda vez, acho melhor mudar seu plano. - comecei a perceber alguns pontos de luzes em seu olhos, talvez fosse a hora de parar de insistir antes que ela me arremessasse pela janela.
Já estávamos há dois dias num hotel na Tijuca, alternávamos entre saídas para que eu pudesse comer e idas a biblioteca, passávamos a maior parte do tempo lá, pesquisando alguma maneira de que eu pudesse entrar no inferno, mesmo sendo um mortal e estando vivo. Não havia uma hora que se passasse sme que discutíssemos sobre isso, todos já estavam fartos, cansados, exaustos, mas não tínhamos escolha, tínhamos muito pouco tempo. Olhando pelo lado bom pude começar a ver que surgia uma amizade, apesar de todo o caos que vivíamos. Mas eu tinha minhas reservas, minha última amizade com anjos não terminou de forma muito agradável.
- Se há um jeito de entrar no inferno, só conheço uma pessoa que saiba. - Vitor disse após permanecer em silêncio pelas últimas duas horas.
- Quem? - eu perguntei entusiasmado
- Renan.
Laura levantou a cabeça da mesa, ela ainda estava irritada, pois o brilho de seus olhos ainda estava intenso. Ea olhou diretamente para o Vitor, comogeralmente fazia quando me ignorava, somente pelo fato de eu ser mortal e ela não.
- Renan não é confiável Vitor, você sabe muito bem disso, ele é um demônio.
- Ele é a nossa única escolha. Se vamos realmente entrar no inferno, só poderemos saber se Daniel virá conosco se houver um meio de um mortal entrar.
- Ele não deveria ir, você sabe muito bem disso, estaríamos dando à Gabriel e à Lúcifer a chance que querem para pegar Daniel. Isso sem contar o fato de que Renan é um demônio de contratos.
- O que é um demônio de contratos? - eu perguntei.
- Um demônio de contratos é um empreendedor, ele compra as almas dos humanos em troca de alguns favores, se quiser conseguir qualquer coisa com ele, terá que dar algo em troca. - Vitor respondeu frio e distante, ele sabia muito bem o risco que estaríamos correndo, mas era nossa única saída.
- Onde vamos encontrá-lo?
Laura revirou os olhos, ela sbaia que já não tinha mais escolhas, estávamos arricando tudo o que tínhamos num plano suicida de invadir o inferno, libertar Luciano e matar Lúcifer.
- Só há um lugar em que podemos encontrá-lo... vamos à Lapa.
- Precisaremos de um carro. - eu lembrei.
- Eu posso providenciar isso. - Laura olhou para nós e de repente desapareceu, ainda estava me acostumando com essa facilidade com a qual apareciam e desapareciam.
Vitor caminhou até a janela, ele ainda estava sério, parecia querer me falar alguma coisa. Ele olhou para o nada além da janela e virou-se para mim.
- Eu não queria fazer isso Daniel, até porque não acho que você conseguiria fazer alguma coisa em uma situação de necessidade... afinal você é apenas um humano. Mas preciso que você esteja pronto se algo acontecer.
Ele estendeu a mão, nela havia um pequeno canivete suíço prateado, mas tinha algo de diferente nele, ele reluzia, brilhava com uma intensidade que eu nunca havia visto.
- O que é...
- Isso é uma espada de arcanjos, todos os anjos guerreiros d céu precisam ter uma, é a única arma capaz de matar anjos e demônios. Você é o destinado a parar o apocalipse, não eu, vai precisar de uma dessas se quiser realmente derrotar Gabriel.
- Se parece com um canivete suíço.
- Mortais...-ele revirou os olhos de frustração - segure isso.
No momento em que peguei o canivete, ele assumiu a forma de um pequeno punhal de 50 centímetros, pude sentir uma corrente elétrica percorrendo o meu corpo, era como se a lâmina tivesse sido feita com a própria graça de Deus, forjada pelas suas mãos.
- Essa lâmina foi feita com pedras da cidade prometida, a Jerusalém celestial. Não a perca e não derrame sangue inocente com ela, essa espada contém um grande poder, é o símbolo da presença de D... - ele não terminou a frase, ele estava decepcionadocom seu Pai, ele estava perdendosua fé.
- Vitor, eu se que é difícil pra você e posso até ter uma noção da sua dor, mas... obrigado por confiar em mim.
- Não me decepcione mortal, ou vou usar essa lâmina contra você.
Equanto ainda nos olhávamos, provavelmente tentando um advinhar o que o outro pensava e seria capaz de fazer, Laura surge no meio do quarto olha para nós dois e sorri. De alguma forma aquele sorriso lembrava o sorriso de um ser humano quando aprontava alguma coisa.
- Espero que gostem do carro. - ela disse.
Caminhei até a janela e quando olhei o que vi me impressionou. Para um querubim sem muito contato com a humanidade, ela tinha bom gosto. O carro que estava esperando por nós era um astra preto, com aerofólios, motor 2.0 e aro 17. Ela realmente entendeu o significado de voar sobre quatro rodas.
Eu abri a porta do apartamento e fui caminhando para fora.
- Vamos, temos um contrato para fazer.





Continua........................

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