- O mortal é meu! - Bélfegor berrou e levantou um machado.
Fernanda, Laura e Isa avançaram um passo e se colocaram na minha frente. Mas não adiantou, Karol, Ana e Luciano também avançaram, aquela seria uma luta individual. Bélfegor ainda apresentava a mesma aparência horripilante, talvez mais agora... Mas Luciano, Karol e Ana estavam diferentes, seus olhos exibiam um negro intenso ao mesmo tempo que ainda se podia vislumbrar neles quem eram realmente... quem foram realmente.
Luciano deu um passo a frente e levantou a mão, apoiou a espada no chão e virou-se para a Morte.
- Não vou trair meus irmãos novamente, Morte. - Ele olhou diretamente nos olhos da Morte.
A Morte gargalhou e desceu de seu cavalo negro, caminhou lentamente até ele e bradou:
- Você não tem escolha! Seu Pai está sumido! Eu e somente eu tenho todo o poder sobre a morte, eu trago quem eu quero e assim você faz o que eu mando!
- Não. - Luciano sibilou entre dentes
- Sim... você vai. - A Morte sorriu novamente e agitou as mãos, de repente os olhos de Luciano exibiram um negro profundo, o espírito dele havia sido suprimido e agora as trevas dominavam seu ser. Ele virou-se para nós e sorriu, abaixou e pegou sua espada. Apontou para mim e falou, sua voz estava grave como um trovão, ele abriu suas asas e a escuridão dentro dele brilhou, deixando em torno dele uma aura negra.
- Você morre hoje, mortal.
Ele correu em minha direção mas de repente foi jogado para trás, uma flecha trespassou seu peito e começou a queimá-lo.... Laura estava um passo a frente de nós, o arco apontado na direção de Luciano, suas quatro asas abertas, a glória de Deus brilhando em sua volta.
Luciano se levantou e brandiu a espada, retirou a flecha de seu peito e sorriu. Karol avançou e Fernanda foi ao seu encontro. Isa pegou uma espada em cada uma das mãos e apontou para Ana que sorriu e exibiu as trevas dentro dela. Agora eu estava só...
Bélfegor veio caminhando lentamente na minha direção, vinha arrastando o machado e sorrindo para mim.
- Acho que agora somos só nos dois, Daniel.
Eu recuei e levantei minha espada, o terror ainda tomava conta de mim.
- Eu te disse que eu voltaria pra matar você. E tenha certeza de que cumprirei o que eu disse... Ao fim desta batalha um de nós estará de pé e o outro cairá. Quando você cair vou ter o prazer de torturar seus pais na sua frente, deixar você ver eles implorando por uma segunda morte - um sorriso negro dançou no seu rosto - Vou deixar você ver eles chorando...
Nesse momento uma raiva diferente brotou dentro de mim. Me fez esquecer todos os meus receios, eu não poderia deixar ele torturar minha família. Perdê-los uma vez já havia sido o suficiente. Levantei a espada e apontei na direção dele, senti uma chama queimar no meu peito, meus olhos arderam e então tudo começou a ficar mais claro... Era a glória de Deus, a graça de Miguel se manifestando em mim.
Corri na direção de Bélfegor, meus passos cada vez mais largos e mais rápidos, senia pairar sobre o chão.
- Vou matar você de uma vez por todas e calar essa sua boca... Cortarei sua cabeça e queimarei o seu corpo, farei você chorar de agonia! - Eu gritei e Bélfegor recuou um passo, não esperava que eu fosse enfrentá-lo realmente. Mas sua surpresa durou apenas um segundo, logo que se recuperou levantou o machado e avançou em minha direção.
Luciano avançava em na direção da Laura, mas ela conseguia mantê-lo a uma boa distância com suas flechas. O peito dele já estava cravado de flechas e ele parecia mais devagar, mas não morria... Como poderia se já estava morto?
- Vai precisar mais do que isso para me parar, Laura!
- Obrigado pela dica.
Ela jogou o arco no chão e pegou sua espada na cintura, avançou contra Luciano. Ela golpeou ele de cima a baixo, mas ele se esquivou e cortou o braço dela de raspão, a ferida logo se curou e ela continuou atacando.
Laura voou na direção dele e preparou para golpeá-lo novamente de cima para baixo, mas Luciano desviou e cravou sua na perna dela fazendo-a cair no chão e gritar de dor. Ele pegou um pequeno machado que tinha pendurado na cintura e avançou na direção dela sorrindo.
- Mais uma vez irmãzinha... Você agora se convenceu de que jamais poderá se igualar a mim? Da última vez precisou de mais dois serafins me segurando... - Ele levantou o machado e então parou.
Os olhos de Laura começaram a brilhar intensamente, todo o seu corpo reluzia, a claridade afastou as trevas em volta dela e forçou até mesmo a Morte a abaixar o rosto. Era a própria glória de Deus que se manifestava através dela, um pedaço do Altíssimo. O espírito negro que dominava Luciano também foi expulso do corpo dele e ele caiu no chão largando o machado, seu rosto estava cansado e ele sentia dor... só queria que tudo aquilo acabasse logo.
- Irmã...
Laura se levantou, seus olhos ainda brilhavam, seu corpo tremia e parecia que não iria suportar todo aquele poder. Ela pegou a espada e a colocou sobre a cabeça de Luciano.
- Irmão... você pode finalmente descansar. - Ela baixou a espada e cortou fora a cabeça dele. Logo uma forte luz começou a emanar do seu corpo agora morto e consumiu em chamas.
O cavaleiro da morte recuou atemorizado... seus soldados ainda podiam ser destruídos.
Continua..................................................