sábado, 21 de agosto de 2010

Cap.23 - Supermassive Black Hole

Eu ainda caminhava sozinho pelo cemitério, andava em direção à entrada, mas não sei bem que era asaída que eu procurava, e depois de alguns passos eu tive certeza de que não era a saída que eu procurava, mas a entrada. Depois de caminhar pelo que me pareceram horas finalmente achei aquilo que não procurava e soube naquele momento que era somente aquilo que eu procurava. Duas pequenas lápides, simples, sem flores, o musgo começava a crescer pelo granito, não eram cuidadas ou visitadas há um bom tempo, não havia nem mesmo vestígios de flores, ninguém havia ido ao enterro daqueles dois... ninguém havia ido ao enterro dos meus pais.
Desde que tudo aquilo começou essa era a rimeira vez que eu me dava conta deas coisas jamais voltariam a ser como era, que meus pais não estavam memso ali, que não havia pelo o que lutar, o mundo iria acabar de um modo ou de outro, se não fosse aquele momento seria outro, porque a humanidade jamais aprenderia, jamais saberia da completa verdade. Eu tinha céu e inferno nas minhas costas, eu tinha anjos que dependiam da minha direção eu tinha a humanidade nos meus pés, eu tinha tudo e não tinha mais nada. Eu estava condenado, para mim não havia mais esperança, eu iria morrer naquele momento ou depois, esse era o meu destino. A única pergunta que eu me fazia agora era se ainda valia a pena lutar, pelo o quê valia pena morrer. Não estava mais tão certo de que deveria salvar a humanidade, talvez fosse a hora de todos aprenderem um pouco sobre vida e morte, talvez fosse a hora de eles mesmos escolherem, talvez fosse a hora de eu sair do caminho. Eu sei, eu sei... Isso me coloca numa posição de juiz, de alguém que acha que sabe o que é melhor para todos, o que na verdade não é verdade, eu só estava cansado, cansado de morrer, cansado de sofrer, eu só queria morrer em paz, morrer bem longe dali. Não me tome por covarde, não há covardia alguma em não querer ser torturado pelo próprio Lúcifer, eu não sou um herói pra ninguém, nunca fui nem nunca serei. Enquanto estava perdido em mim mesmo nem me dei conta de que alguém se aproximava.
- Não adianta chorar por eles, eles não vão voltar, ainda que tudo isso passe, não há jeito de trazê-los de volta, as coisas são o que são Daniel. - Luciano estava parado atrás de mim, dizendo cada palavra com a cautela que já era uma característica dele. Só aí me dei conta de que lágrimas escorriam pelo meu rosto, não era tristeza em si, era dor.
- Mas coisas não deveriam ser assim, não deveriam ser assim. Eu não deveria ter céu e inferno na minha cola, eu não deveria ter visto meus pais morrerem, Deus não deveria ter sumido... nada disso deveria ser real.
- Mas tudo isso é real você goste ou não, tudo isso é real e você está no meio disso tudo, você não tem escolha. - Ele repetia
Eu me virei pra olhar pra ele, havia uma ponta de esperança nos seus olhos, ele assim como todos os outros, todos esperavam que ao fim do dia eu aparecesse e salvasse todos eles, que eu fosse o herói, mas não era isso o que eu queria.
- Sempre há uma escolha, eu faço minhas escolhas por mim mesmo.
- Você nao tem escolha, esse é o seu destino Daniel.
- Dane-se o meu destino Luciano! Eu faço o meu destino e neste exato momento eu escolho não fazer parte disso, eu escolho viver.
Ele parou, respirou fundo e me encarou. Seus olhos mudaram de esperançosos para raivosos, um brilho brotou dentro deles, um brilho com o qual eu já estava familiarizado, o brilho do poder. Aquilo não era nada bom, sua voz ficou forte como um trovão.
- Você não tem escolha. - ele estendeu a mão - venha comigo Daniel, nós temos que nos reunir ao grupo e partir para o inferno, impedir que Lúcifer saia de sua jaula, precisamos pará-lo.
- E depois? Entregar o mundo ao Miguel? Eu não vou com você Luciano, me mate aqui e agora, mas eu não irei com você.
- Você irá comigo vivo ou morto garoto!
- Você quer que eu vá com você? Então venha me pegar!
Eu percebi que meu pequeno canivete ainda estava no meu bolso, assim como a espada da Guerra estava presa na minha cintura. Eu puxei a espada e apontei em direção ao Luciano, seus olhos aumentaram a intensidade e ele sorriu para mim, ele estava realmente disposto a me matar.
- Acha que pode me deter garoto? Eu sou um arcanjo e você é apenas um mortal.
- Você não sabe quem eu sou, mas eu vou te dizer, seu babaca.
Ele não se conteve mais no lugar e avançou em minha direção, meu melhor amigo se tornava meu grande inimigo e apenas um de nós sairia dali vivo.










Continua....................................

domingo, 1 de agosto de 2010

Cap. 22 - Nightmare

O que você faria se voltasse da morte para poder salvar seus amigos anjos e toda a humanidade da aniquilação total? O que você faria se encontrasse com Deus e ele te desse a escolha de permanecer com ele? O que você faria para poder salvar seus pais?
Sinceramente não sei o que voce poderia fazer... Sei apenas o que eu fiz, e nem tenho certeza de que é realmente o certo, afinal que idiota trocaria a possibilidade de estar no paraíso para salvar um mundo que já está condenado? A resposta é: Daniel
Não tinha idéia de que dia era, de qual mês.... não sabia nem mesmo se ainda era o mesmo ano. Tudo o que eu sabia era que eu estava com uma calça jeans rasgada, uma camiseta preta... e estava completamente sujo de terra. Eu estava num lugar parecido com um cemitério, um grande campo, com algumas lápides espalhadas por ele, no final desse campo, perto do muro, havia alguns mausoléus. Eu estava deitado em cima da terra que eu acabei remexendo para poder sair do caixão onde eu estava, olhava para o céu sem nuvens, era um dia claro e limpo, como há muito tempo eu não via, muito tempo.
- Acho que você não tem muito tempo para ficar parado aí Daniel. - Uma voz distante, fria... uma voz quase morta chamava meu nome.
Ao me levantar, apareceu no meu campo de visão um homem de aparência aristocrática, um homem de meia idade, ele usava um sobretudo negro como a noite e óculos escuros. Em resumo, aquele senhor não se encaixava na paisagem.
- Quem... quem é você? Como sabe meu nome? - Eu perguntei ainda atordoado com tudo a minha volta.
O homem continuoume encarando, não desviou o olhar nem por um minuto. Ele caminhou até uma árvore ao meu lado e sentou-se em suas raízes. Isso me obrigou a me virar para ele.
- Eu sou o último dos meus irmãos... o último dos cavaleiros.
- Cavaleiros? Do que você... - Parei antes de terminar a pergunta, tudo estava voltando a minah mente aos poucos... os cavaleiros, minha útima luta... Mas se ele era o último dos cavaleiros, ele só poderia ser... - Você é a Morte!
- Muito bem... vejo que a última semana debaixo da terra não afetou tanto suas conexões neurológicas...
- Uma semana? Mas eu só estive morto por alumas horas....
- Tenho idéia de onde você esteve garoto... Eu pessoalmente teria vindo buscar a sua alma, mas alguém muito mais poderoso do que eu já havia feito isso, você havia simplesmente sumido do mundo dos mortos, e eu só conheço uma pessoa capaz de fazer isso.... - Ele falava calmamente, como se cada palavra saísse com dificuldade de sua boca e o nome que ele estava prestes a pronunciar provocou nele uma cara de dor terrível.
- Deus. - Eu completei.
- Exatamente. - Ele pareceu aliviado por não precisar falar o nome. - Isso prova que Ele de fato está vivo, está apenas cum prindo sua própria palavra. O que é um fato terrível para mim... logo agora que estava começando a me divertir.
- Divertir?
Ele revirou os olhos.
- Você não entenderia... Bom vim aqui para tratar de negócios com você. Lúcifer não é o elhor patrão de todos e eu sei que ele pretende destruir todo este mísero planeta e com esse planeta tudo o que estiverpor aqui.... Isso inclui seres humanos, demônios, anjos e cavaleiros como eu.
- Espera um pouco... Lúcifer vai destruir seus próprios demônios? - Aquilo não fazia sentido para mim.
- Lúcifer é um anjo caído, Daniel. E como qualquer anjo ele odeia demônios, ele pretende destruí-los quando não precisar mais deles... Pense um pouco, ele é o senhor das trevas, por que você acha que ele gostaria de alguém habitando o reino dele? Ele é egoísta o suficiente para aniquilar a tudo e todos e governar sozinho seu reino.
- E você está com medo de ser destruído? Pensei que não se podia matar a Morte. - Não pude deixar de rir, mas a Morte não gostou, permaneceu sem desviar os olhos, lançando o olhar mais frio e sombrio que já havia visto.
- Vejo que está se divertindo com tudo isso... Não deveria, pois se Lúcifer fizer o que pretende, quem você acha que ele vai ter o prazer de manter vivo e torutrar pela eternidade? O escolhido de Deus... Você! Não deve se esquecer de que você ainda é metade um anjo, um anjo que há milhares de anos lançouu ele no inferno.
Eu deixei de sorrir e engoli em seco o que ele me disse, era verdade, eu não poderia permitir que Lúcifer ganhasse.
- O que você quer de mim? - Eu perguntei
- Eu quero que você faça o que já pretendia fazer. Quero que você destrua Lúcifer, que o impeça de ganhar essa guerra... Estou cansado de ser um cãozinho para ele, estou tentando evitar a todo custo morrer ou ser banido deste universo pelas mãos dele. Quero fiar livre... para quando tudo isso acabar eu me divertir com os humanos que sobrarem e isso inclui você. - Dessa vez ele sorriu, parecia se deliciar com a idéia de buscar a minha alma.
- Você vai ser destruído, já devria saber disso... Porque ainda que você esteja caminhando pela Tera quando tudo isso acabar, eu não vou permitir que toque niguém.
- Resolveremos isso quando o apocalipse acabar garoto. Eu e você.... Mas por agora eu vim aqui te ajudar, afinal o inimigo do meu inimigo é meu amigo, pelo menos temporariamente.
Ele levantou a mão e tirou seu anel dela, colocou na palma da mão e estendou para mim.
- O que é isso? - Eu perguntei
- O último anel, o que falta para você ser capaz de abrir o portal e jogar Lúcifer de volta na cadeia eterna dele, o lago de fogo.
- E você está me dando? Por que?
- Chega de perguntas, já te disse, quero que você destrua Lúcifer.... A propósito tem mais uma coisa.
Eu estendi a mão e peguei o anel, colocando ele no bolso do meu jeans rasgado.
- O que é?
- Sua graça... Ela está com Gabriel, o arcanjo.
- Minha graça?
- É... o seu poder, sua forma angelical, um pedaço da glória do próprio Deus.... Se quiser derrotar Lúcifer vai precisar dela.
- E como espera que eu consiga isso?
- Isso é problema seu e de seus amigos. - Ele fechou os olhos - Sinto que eles já estão perto daqui. Devem ter pressentido que você voltou. Bom, não vou mais me demorar, ganhe essa batalha Daniel, ganhe isso por todos nós, afinal você sabe, não pode enganar a Morte.
Ele deu um sorriso e desapareceu na noite que se aproximava, um vento frio percorreu o local, eu estava chegando próximo do meu destino final, estava próximo da minha morte. Me levantei e sacudi o pouco da terra que ainda restava em mim, estava na hora de ir atrás de um certo arcanjo...






Continua............................................