Eu ainda caminhava sozinho pelo cemitério, andava em direção à entrada, mas não sei bem que era asaída que eu procurava, e depois de alguns passos eu tive certeza de que não era a saída que eu procurava, mas a entrada. Depois de caminhar pelo que me pareceram horas finalmente achei aquilo que não procurava e soube naquele momento que era somente aquilo que eu procurava. Duas pequenas lápides, simples, sem flores, o musgo começava a crescer pelo granito, não eram cuidadas ou visitadas há um bom tempo, não havia nem mesmo vestígios de flores, ninguém havia ido ao enterro daqueles dois... ninguém havia ido ao enterro dos meus pais.
Desde que tudo aquilo começou essa era a rimeira vez que eu me dava conta deas coisas jamais voltariam a ser como era, que meus pais não estavam memso ali, que não havia pelo o que lutar, o mundo iria acabar de um modo ou de outro, se não fosse aquele momento seria outro, porque a humanidade jamais aprenderia, jamais saberia da completa verdade. Eu tinha céu e inferno nas minhas costas, eu tinha anjos que dependiam da minha direção eu tinha a humanidade nos meus pés, eu tinha tudo e não tinha mais nada. Eu estava condenado, para mim não havia mais esperança, eu iria morrer naquele momento ou depois, esse era o meu destino. A única pergunta que eu me fazia agora era se ainda valia a pena lutar, pelo o quê valia pena morrer. Não estava mais tão certo de que deveria salvar a humanidade, talvez fosse a hora de todos aprenderem um pouco sobre vida e morte, talvez fosse a hora de eles mesmos escolherem, talvez fosse a hora de eu sair do caminho. Eu sei, eu sei... Isso me coloca numa posição de juiz, de alguém que acha que sabe o que é melhor para todos, o que na verdade não é verdade, eu só estava cansado, cansado de morrer, cansado de sofrer, eu só queria morrer em paz, morrer bem longe dali. Não me tome por covarde, não há covardia alguma em não querer ser torturado pelo próprio Lúcifer, eu não sou um herói pra ninguém, nunca fui nem nunca serei. Enquanto estava perdido em mim mesmo nem me dei conta de que alguém se aproximava.
- Não adianta chorar por eles, eles não vão voltar, ainda que tudo isso passe, não há jeito de trazê-los de volta, as coisas são o que são Daniel. - Luciano estava parado atrás de mim, dizendo cada palavra com a cautela que já era uma característica dele. Só aí me dei conta de que lágrimas escorriam pelo meu rosto, não era tristeza em si, era dor.
- Mas coisas não deveriam ser assim, não deveriam ser assim. Eu não deveria ter céu e inferno na minha cola, eu não deveria ter visto meus pais morrerem, Deus não deveria ter sumido... nada disso deveria ser real.
- Mas tudo isso é real você goste ou não, tudo isso é real e você está no meio disso tudo, você não tem escolha. - Ele repetia
Eu me virei pra olhar pra ele, havia uma ponta de esperança nos seus olhos, ele assim como todos os outros, todos esperavam que ao fim do dia eu aparecesse e salvasse todos eles, que eu fosse o herói, mas não era isso o que eu queria.
- Sempre há uma escolha, eu faço minhas escolhas por mim mesmo.
- Você nao tem escolha, esse é o seu destino Daniel.
- Dane-se o meu destino Luciano! Eu faço o meu destino e neste exato momento eu escolho não fazer parte disso, eu escolho viver.
Ele parou, respirou fundo e me encarou. Seus olhos mudaram de esperançosos para raivosos, um brilho brotou dentro deles, um brilho com o qual eu já estava familiarizado, o brilho do poder. Aquilo não era nada bom, sua voz ficou forte como um trovão.
- Você não tem escolha. - ele estendeu a mão - venha comigo Daniel, nós temos que nos reunir ao grupo e partir para o inferno, impedir que Lúcifer saia de sua jaula, precisamos pará-lo.
- E depois? Entregar o mundo ao Miguel? Eu não vou com você Luciano, me mate aqui e agora, mas eu não irei com você.
- Você irá comigo vivo ou morto garoto!
- Você quer que eu vá com você? Então venha me pegar!
Eu percebi que meu pequeno canivete ainda estava no meu bolso, assim como a espada da Guerra estava presa na minha cintura. Eu puxei a espada e apontei em direção ao Luciano, seus olhos aumentaram a intensidade e ele sorriu para mim, ele estava realmente disposto a me matar.
- Acha que pode me deter garoto? Eu sou um arcanjo e você é apenas um mortal.
- Você não sabe quem eu sou, mas eu vou te dizer, seu babaca.
Ele não se conteve mais no lugar e avançou em minha direção, meu melhor amigo se tornava meu grande inimigo e apenas um de nós sairia dali vivo.
Continua....................................
sábado, 21 de agosto de 2010
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ui ui ui que tensoo
ResponderExcluirvc ainda posta pouco demais ¬¬
eu te amo e quero reaparecer nessa historia!! XD
NEOQEAV