segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cap.37 - I´m the Highway

Bélfegor veio correndo na minha direção e as lembranças foram voltando aos poucos na minha mente, como uma enxurrada... Ele havia matado Ana e Karol, havia me torturado, havia matado a protegida de Luciano... E agora eu tinha a chance de me vingar por todos aqueles que agora já não estavam mais aqui, aqueles que jamais poderiam lutar novamente.
Senti meus olhos queimarem, minha pele ficando clara como a neve, uma explosão surgindo dentro de mim, meus músculos ficaram rígidos e senti que o ferimento no meu braço havia desaparecido... Coloquei a mão na espada em minha cintura e foi como se eu e ela tivéssemos nos tornado um... Ela se alongou, adquiriu um forte tom de bronze, mas ainda assim era leve como uma pena. Levantei a bem devagar e apontei para Bélfegor... sentia o poder de Miguel fluindo através da minha alma, a graça do arcanjo mias poderoso, meu dom e minha maldição.
- Você é meu Bélfegor, eu vou arrancar sua cabeça novamente do seu corpo e dessa vez ela não vai voltar ao lugar. - Percebi que minha voz soava como um trovão.
Bélfegor parou e olhou para mim um tanto surpreso... Ele sabia que eu já não era mais simplesmente um humano. Ele riu.
- Devia ter percebido no momento em que percebi que você estava aqui... Miguel não foi? Você sabe o quão fácil você tornou as coisas? Ainda que eu não mate você agora, a graça de Miguel vai consumir você lentamente enquanto você absorve o poder dela. Muito melhor do que eu jamais imaginei.... Depois me diga uma coisa: valerá a pena morrer por esses mortais tão idiotas? Durante mais de sete mil anos Deus deu a eles chances após chances... Os perdoou em cada falha, cada erro, Ele enviou o próprio Filho. E o que aconteceu? Eles o torturaram e o mataram, fizeram Dele chacota e voltaram aos seus mesmos erros. E agora quando finalmente o fim se aproxima, vocês tentam fugir se agarrando a cada ponta solta de esperança por mais que essa esperança vá se desfazer no ar... Pelo que você luta? - Ele perguntou
- Eu posso morrer aqui e posso morrer lentamente fazendo de cada respiração angustiante... Mas um dia Deus acreditou na humanidade, Ele viu algo de bom em nós e até mesmo agora Ele nos dá a chance de mudar, de nos arrepender de nossos maus caminho e voltarmos para Ele. Não somos todos iguais, podemos ser melhores, ainda há pessoa pelo mundo inteiro que ajudam outras, que dão as suas vidas, sacrificam a si mesmas... É por essas pessoas que eu morrerei, é por amor, um amor ágape, um amor divino... Um amor que você jamais irá conhecer.
Bélfegor reassumiu o olhar demoníaco e voltou a andar na minha direção a passos largos, decididos e pesados, passos de quem está preste a matar... E eu continuei ali com a espada em punho como quem está pronto para morrer.
O primeiro golpe me pegou de surpresa, a espada dele estava presa no pulso dele por uma corrente então antes do que eu esperava percebi a lâmina vindo na minha direção. Desviei por muito pouco e perdi o equilíbrio então percebi que a lâmina vinha novamente e dessa vez ela não erraria o alvo. Só havia um jeito de pará-la, um jeito nada legal.
Coloquei minha perna que estava no ar de volta no chão e voltei a minha posição de equilíbrio. ficando de frente para a lâmina de Bélfegor...
- Daniel! - Isa gritou, mas sua voz ecoou no vazio enquanto a lâmina de Bélfegor cortava a minha carne.
A espada atravessou minha lateral esquerda, perfurando alguns órgãos que caso eu fosse somente um humano seriam vitais... Mas ainda assim acho que eles seriam necessários depois, até porque ainda era um humano.
Bélfegor sorriu, ele havia pensado que aquela era sua revanche, sua chance de ganhar de mim. Ele puxou a corrente para si como da primeira vez e me fez tirar os pés do chão voando em sua direção. Como um corpo inerte, mas era exatamente aquilo que eu queria. Pouco antes de chegar perto dele, suportando a dor da lâmina até os meus limites, segurei minha espada com firmeza e a cravei em seu peito pouco antes de aterrizar em cima dele e cravar o corpo dele no chão com a minha lâmina.
Ele olhou para mim assustado, não esperava por aquele golpe. Ele estava preso agora, e eu ia matá-lo....
- Essa é pelo Luciano... - Meu punho desceu pesado sobre o rosto dele, fazendo sua aura negra ficar mias fraca - Essa é pela Ana... Essa é pela Karol... e Essa seu babaca é por mim! - Quando em dei conta meu punho brilhava como a mão da Isa quando ela destruiu a Ana.
Coloquei minha mão na testa dele e olhei fundo dentro das órbitas vermelhas dele... Eu as veria pela última vez. Então seu corpo começou a tremer, seus olhos foram tomados por chamas intensas, e de repente ele começou a queimar, e tornou-se cinzas.
Me levantei do punhado de cinzas que agora jazia no chão. Puxei a lâmina de Bélfegor que ainda estava presa em mim, a dor já era insuportável. O sangue escorria livremente pela minha bariga e formava uma poça no chão, mas de repente algo aconteceu. O ferimento cicatrizou e o sangue parou de fluir... mas ao mesmo tempo me senti fraco e minhas pernas ficaram bambas, ouvi passos se aproximando de mim, passos negros... Os passo da Morte.









Continua........................................

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cap.36 - Black Ice

Enquanto Laura avançava na direção de Luciano, Fernanda bloqueou um golpe da Karol que provavelmente teria me divido em dois, o negro dos olhos dela me paralisaram e ela avançou de novo, dessa vez decidida a não ser bloqueada. Fernanda levantou seu arco e preparou-se para atirar mas foi jogada longe pelo golpe de Karol.
Por um breve momento ela esqueceu de mim e foi na direção da Fernanda que estava caída no chão, eu ainda estava paralisado... Foi quando percebi uma flecha vindo em minha direção, mas ela foi parada de repente quando Isa a quebrou nas mãos quando ela ainda estava no ar. Isa pegou sua segunda espada e olhou na direção da Ana que sorria, mais de escárnio e desprezo do que de qualquer outra coisa.
Karol foi na direção da Fernanda, uma clava nas mãos brandindo no ar, agitando sua aura negra e no seu rosto uma expressão que em nada lembrava o anjo que havia salvado minha vida.
- Adeus irmãzinha, mande lembranças aos outros por mim. - Karol sorriu e baixou a clava na direção da cabeça de Fernanda.
Fernanda conseguiu se desviar rolando para o lado no exato momento em que a clava deixou uma marca no chão, mas Karol não se retraiu, levantou novamente e clava antes que Fernanda pudesse se levantar. Fernanda chutou as pernas de Karol e a fez baixar a guarda por um breve momento que foi suficiente para que Fernanda se levantasse e começasse a socar o rosto dela sem dar a Karol a chance de revidar. A clava caiu da mão dela e Fernanda avançou, as asas abertas formando um escudo ao seu redor, a expressão decidida nos olhos... Karol iria morrer.
Ana foi arrastando no chão uma longa espada com uma curvatura na ponta e pouco antes de chegar até onde a Isa estava jogou seu peso na espada e a levantou na direção da Isa.
Quando me dei conta estava alguns metros atrás com um leve corte no braço, por pouco a espada não me atingiu também, Isa havia me empurrado para me desviar do golpe também. Ela colocou suas espadas em punho e avançou na direção da Ana antes que ela pudesse levantar a espada, mas não deu certo, Ana largou sua espada e tirou outra espada, menor da sua bainha, bloqueando os golpes de Isa.
Então Ana caiu por um breve momento quando a espada da Isa baixou sobre sua pequena lâmina, fazendo ela perder o equilíbrio.Isa baixou sua guarda para dar o ataque final, mas Ana foi mais rápida e jogou terra em seus olhos fazendo Isa largar a espada e levar a mão a eles. Ana levantou e pegou a espada de Isa preparando-se para cravar ela no peito dela.
Consegui descongelar e tão rápido que nem percebi empurrei Isa para o lado antes que ela fosse atingida, mas não tive a mesma sorte e a espada causou um corte profundo em meu braço direito. Isa se recuperou do susto e cravou a espada de Ana jogada no chão em seu peito.
-Acha que pode me matar anjo idiota? - Ana ria, enquanto era imobilizada.
Isa colocou a mão na cabeça de Ana e de repente seus olhos começaram a brilhar cada vez mais intensos, o brilho inundou tudo a sua volta e a escuridão ao redor da Ana se dissipou, fazendo com que uma amiga há tanto tempo perdida pudesse ser vista uma última vez.
-Me desculpe irmã. - Isa disse.
- Faça. - Foi tudo o que a Ana pode dizer.
Os olhos da Ana começaram a brilhar também e seu corpo entrou em chamas e se desintegrou... Tudo ficou escuro novamente.
Caí no chão, a dor em meu braço finalmente surgiu e era excruciante. Ela subia pelo meu braço e parecia que ele pegava fogo, caí no chão. Isa veio correndo até mim, rasgou a minha blusa para poder analisar melhor o ferimento. O local do golpe estava negro e as veias saltavam da minha pele, era como se eu estivesse sendo envenenado pela espada.
- O... O que é isso? - Eu disse assustado
- Droga! - Isa falou e colocou a mão no peito, de repente ela começou a brilhar e foi envolvida numa esfera de luz, Isa suava e parecia sentir dor também, como se arrancasse um pedaço de si mesma e colocasse em mim.
Ela colocou sua mão na ferida e empurrou a esfera de luz para dentro do ferimento, a dor chegou ao seu máximo e então começou a passar, minhas pernas ficaram fracas, mas meus olhos continuaram abertos.Ela amarrou um pedaço da camisa rasgada no meu braço e pegou o arco flecha para poder ajudar Fernanda.
Fernanda tinha jogado Karol no chão e agora socava ela sem nem mesmo respirar, como se quisesse arrancar a cabeça dela com as mãos. Isa se aproximou mas Fernanda disse:
-Ela é minha Isa, minha.
Fernanda colocou a mão sobre a cabeça dela, que já estava quase inconsciente e ela começou a brilhar também, mas foi diferente.Karol começou a gritar e as chamas consumiram seu corpo rapidamente, como se a levassem de novo para a escuridão.
Mas sem que elas pudessem perceber uma jaula se formou ao redor delas... Isa, Laura e Fernanda estavam presas por uma jaula que nenhuma delas consegui quebrar, uma jaula que era sustentada pelo próprio cavaleiro da morte. Foi então que ele surgiu novamente na minha frente após mais de um ano.... Bélfegor, meu primeiro perseguidor.
-Olá garoto, você não mudou muita coisa... Acho que está na hora de acertarmos algumas coisas. - Ele mostrou a cicatriz em seu pescoço - Você me deu uma, eu terei que devolvê-la a você!
Ele correu em minha direção, os olhos vermelhos pareciam queimar dentro da órbita, na mão uma espada enorme que ele fazia questao de apontar para mim.... Essa era a minha luta.






Continua............................