terça-feira, 27 de julho de 2010

Cap. 21 - Leave out All the Rest

- Agora, volte e sente-se. - Deus me disse.
- Você só pode estar de brincadeira não é? Você é Deus? - eu me mantive de pé.
O velho sorriu e estendeu sua mão, ficando de pé junto comigo, a única diferença é que ele estava de pé sobre as águas. Eu devo ter feito uma car engraçada, porque ee sorriu ainda mais.
- Sim Daniel, Eu sou Deus, por que você duvida?
Naquele momento, após breves instantes de turpor eu voltei a mim... Se ele era mesmo Deus o que ele estava fazendo ali, pescando? O que ele fazia ali enquanto o resto da humanidade lutava contra céus e inferno ao mesmo tempo?
- Você não pode ser Deus! Deus está morto! Se Ele estivesse vivo... Ele estaria na Terra colocando ordem nas coisas, Ele estaria salvando as pessoas, estaria impedindo o apocalipse ao invés de pescar e deixar que simples humanos como EU tentem salvar a humanidade contra os dois exércitos mais poderosos da Terra! - Comecei a sentir o sangue no meu rosto e meus olhos começaram a ficar quentes, como se houvesse lágrimas neles.
Deus parou de sorrir por um momento e subiu no deck, sem desviar o olhar do meu, ele parecia poder ler meus pensamentos... talvez ele pudesse, afinal Ele era Deus. Ele começou a caminhar na minha direção e parou a poucos metros de mim, olhava para mim como se toda a dor do mundo estivesse passando por seus olhos agora.
- Desde de o início dos tempos eu tenho perdoado a humanidade, eu tneho salvado o seu povo das mais terríveis consequências e perdoado eles dos mais teríveis pecados... e ainda agora eu tenho estado com todos aqueles que me procuram, que me buscam de todo o coração.
- Você abandonou a todos! Voê saiu dos céus, deixou o seu trono e fica pescando enquanto a Terra está sendo destruída! - Eu já não tentei mais me controlar e liberei toda a minha raiva Nele.
- FÉ! Você deveria ter mais fé! Você nunca me viu antes, você estava me abandonando e não tinha nem certeza da existência dos anjos até conhecer a Ana. Você continuava não me vendo, e ainda assim acreditou na palavra de Gabriel? Continuava não me vendo como ninguém nunca me viu e ainda assim achou que Eu o tivesse abandonado? O fato de você não poder me ver não significa que eu não estou ali. Quando tudo o que você pode enxergar é tristeza e dor, você jamais vai olhar adiante.... Mas eu sempre estive com você Daniel, eu nunca te deixei, jamais te abandonei.
- Você não estava lá quando eu mais precisei! Você não estava lá quando meus pais morreram! Você.... - Minhas lágrimas já saíam do meu rosto sem que eu pudesse controlá-las
- Você preferia que eu os deixasse a mercê de uma guerra insana entre anjos e demônios? Eu os trouxe para mim, eles estão bem melhor agora, não espero que você entenda isso, mas essa é a verdade.
- Você me deixou sozinho, me deu um poder que eu não queria e me abandonou!
Ele se aproximou de mim e sorriu, porque? Por que ele sorriu? Ele deu mais um passo e fez algo que eu não esperava, que eu jamais esperaria... Ele me abraçou, me abraçou como um pai abraça seu filho.
- Eu nunca, nunca te abandonei Daniel, eu sempre estive com você e sempre estarei. Com grandes poderes vem grandes responsabilidades, esse dom que você tem pode salvar vidas... e por mais belo que seja tudo isso aqui ao seu redor, ainda assim você quer voltar e ajudar as pessoas... Eu não poderia ter escolhido ninguém melhor para dar esse dom. Tenho orgulho de você filho.
Eu esperava por raios, trovões, que Ele me lançasse naquele lago.... mas eu jamais esperaria aquilo, não aquilo. Pela primeira vez em muito tempo eu me senti um filho de verdade, pela primeira desde de que tudo isso começou. Meu rosto estava quente novamente, mas minhas lágrimas agora não eram mais de raiva, era algo semelhante ao amor, à paz.
Ele se afastou de mim de olhou nos meus olhos.
- Olhe para trás. - Deus me disse, sua voz doce enchendo o vaio do meu coração e seu perfume inundando o ar.
Quando me virei vi a única coisa que nunca esperaria ver de novo... meus pais. Meus pais sentados na grama, debaixo de uma árvore alta, rindo, brincando... felizes e em paz. Me lancei em direção a eles, mas algo me segurava no lugar.
- Você não pode ir até eles Daniel, ainda não.
- Por que não? Eu estou aqui e eles também, por favor... por favor! - Eu implorava
- Ainda não acabou Daniel, ainda não filho. Você precisa terminar a sua missão, precisa terminar o que começou. - Deus me dizia calmamente.
Eu abaixei minha cabeça e quando a levantei novamente meus pais não estavam mais ali, não havia mais um campo, tudo havia desparecido.... Não havia mais lago, não havia mais luz, tudo estava escuro, escuro e sufocante.
Tive de fazer forçapara puxar o ar, senti meus braços imóveis, eu estava preso. Comecei a me debater no lugar onde estava quando ouvi algo rachar... algo como madeira e então algo úmido entrou pela rachadura que estava sobre o meu peito... era terra, terra molhada.
Continuei a me debater e a rachadura aumento, até um dos meus braços ficarem livres para poder começar a cavar... Não sei bem para onde estava cavando, mas mesmo assim eu cavei, cavei durante muito tempo e quando já não tinha mais forças para continuar, vi feixes de luz sobre a minha cabeça... a luz do sol.
Eu estava vivo novamente....







Continua......................................

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cap. 20 - Dear God

Eu não tinha a menor idéia de onde eu estava, tudo o que eu sabia era que estava claro, era calmo, uma brisa suave soprava no meu rosto... tudo o que eu sabia é que eu estava morto.
Não havia dor, não havia gritos, não havia sangue, não havia nem mesmo medo... estava tudo calmo, essa era a definiição de muitas pessoas para paz... e talvez fosse isso o que eu estava sentindo naquele momento... paz. Me levantei do lugar onde estava e me dei conta de que não era a mesa fria de um necrotério, mas era grama, grama úmida como se tivesse acabado de ser regada e o cheiro era maravilhoso.
Me sentei e reparei que minhas roupas não estavam rasgadas, eu usava uma calça jeans comum, uma camiseta branca e meus pés estavam descalços. Olhei ao redor e todo o cenário simplismente não se encaixava nos últimos acontecimentos.... parecia um jardim, com muitas árvores, nenhuma alta demais, a grama cobria a maior parte do jardim e eu podia ver umas flores espalhadas pelo lugar... um pouco mais abaixo do lugar onde eu estava havia um lago, um pequeno deck.... e um senhor pescando.
Eu só precisava saber de uma coisa: Como poderia voltar ao mundo humano e terminar o que eu havia começado... de alguma forma aquele senhor poderia ser a única pessoa que sabia disso... até porque ele era a única pessoa no lugar.
Eu estava a apenas alguns passos de alcançar o velho e começar a falar, mas ele se antecipou.
- Vejo que você acordou Daniel... - ele pareceu sorrir - sente-se e me ajude a pescar alguns peixes.
- Me desculpe senhor... mas eu não tenho a mínima idéia de onde eu possa estar, mas eu sei onde eu deveria estar... meus amigos precisam de mim, eu preciso sair daqui e....
- Sente-se Daniel. - Ele repetiu sem perder a calma.
Ele aontou para o lugar ao lado dele, como não tinha escollha resolvi me sentar.
- O senhor poderia me ajudar a sair daqui? - Eu perguntei calmamente.
Ele sorriu e pela primeira vez reparei nele, ele usava uma camisa havaiana, bermudas de tac tel, pequenos óculos escuros e um chapéu de pescador, seus pés estavam na água e ele parecia realmente gostar do que estava fazendo, apesar de eu não ter visto um peixe fisgar a isca dele desde que eu havia chegado.
- Você gostaria de me ajudar a pescar?
- Desculpe.... eu realmente preciso sair daqui. - Eu repetia
- Não há como sair daqui filho... e ainda que houvesse um jeito, se eu fosse você desejaria não sair... o mundo dos humanos é perigoso, cruel...
- Eu sei de tudo isso, mas eu realmente preciso sair daqui, meus amigos precisam de mim, a humanidade precisa de mim.
- E você seria capaz de largar toda a paz que está sentindo aqui para voltar à Terra e salvar seus amigos?
- Eu não tenho escolha.
- Sempre há uma escolha Daniel.
- Nem sempre, as vezes só existe a coisa certa a se fazer. E essa coisa é salvar os meus amigos.
- Sempre há uma escolha, você escolheu fazer o que chama de "a coisa certa". Como pode ter tanta certeza de que seus amigos precisam ser salvos? Talvez eles não queiram ser salvos.
- Não me importa, eu só sei que eu preciso voltar para estar ao lado deles, eles não devem carregar o peso de algo que está sobre as minahs costas, esse é o meu dever. Vai me ajudar a sair daqui ou não?
Ele permaneceu em silêncio durante um tempo, tempo esse que pareceram ser séculos.
- Você realmente seria capaz de trocar tudo isso, para salavr seus amigos? Seria idiota a esse ponto?
- Isso é o que eu devo fazer... só porque estou cansado de lutar, isso não me dá o direito de desistir, de abandoná-los... não é assim que funciona.
Ele sorriu, parecia estar me testando.
- Olhe a sua volta, não há regras, não há leis... ainda assim você insiste em fazer a coisa certa... por que?
- Não sei... realmente não sei. Não tenho a menor vontade de ser heróis, pra falar a verdade tenho medo de morrer, mas sei que isso é inevitável dadas as circunstancias, isso sem contar o fato de que eu já estou morto... Mas eu preciso voltar, nem que seja para morrer de novo, mas isso é o que eu devo fazer.
Eu me levantei, ele não parecia que ia me ajudar, e eu não tinha tempo a perder, na verdade estava correndo contra o tempo.
- Por que você se levantou?
- Porque eu preciso sair daqui e você não está ajudando. - Aquilo já estava me irritando
-Por que você reluta tanto em aceitar o seu destino?
- Por que me disseram que eu não iria conseguir.... Eu preciso ajudar os meus amigos e dane-se se eu tiver que morrer de novo, foi pra isso que eu nasci e o fato de eu estar com medo não vai me impedir de lutar.
O velho sorriu, e uma brisa quente soprou sobre o meu rosto, de alguma forma ele parecia estar intimamente ligado ao lugar, como se ele próprio fosse o lugar.
- Como você pode rir de tudo isso? Se sabe quem eu sou e o que eu quero, sabe o porquê, sabe que o undo está acabando... como pode estar tão tranquilo? Quem você pensa que é para achar que está imune a tudo isso? - Eu perdi a paciência admito, mas ele parecia ignorar tudo o que eu falava. - Quem você pensa que é?
Pela primeira vez ele moveu seu corpo, girou ele na minha direção e apoiou a vara de pescar sobre o deck, tudo isso sem deixar de sorrir, sem se abalar....
- Eu sou Deus.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cap.19 - Waking the Demon

Luciano avançou em direção ao cavaleiro da Peste, os anjos ainda se recuperavam de seu domínio e estavam atordoados. Num dos cantos da lanchonete, jazia no chão o corpo quase inerte de Daniel.
Isadora foi correndo ao seu encontro, mas ele já não se movia mais, Gustavo se levantou e avançou em direção ao corpo da Fome, apesar de imóvel no chão ela ainda estava... viva. Ele a levantou e a lançou em direção à parede fazendo ela se chocar contra um espelho no fundo do balcão.
Laura retirou sua espada do chão e partiu em direção à Peste junto com Mariana, cujos olhos brilhavam, um misto de ódio e satisfação.
Vitor levantou-se e lançou um raio na direção da Fome... o caos estava retomado, era a hora da virada contra os poderosos cavaleiros do apocalipse.
Isadora tentava reanimar Daniel de todas as formas, mas já não adiantava, nem mesmo uma parte de sua graça era capaz de trazer ele de volta à vida. Ela olhou para ele, seus olhos perdidos, longe dali, bem longe.... Então ao girar o corpo de Daniel ela pode ver uma ferida diferente das outras, era uma pequena lâmina, mas como uma lâmina poderia ter surgido no meio do vidro?
Ela percebeu então que aquela não era uma lâmina comum, era a lâmina do cavaleiro da Peste, por isso Daniel não se movia, não eram os ferimentos que o estavam matando, era o veneno da própria Peste. Ela levantou-se e caminhou lentamente na direção de Mariana, Laura, Luciano e Peste.
Os olhos dela brilhavam, como se houvessem duas bolas de fogo em seu lugar, sua glória inundou o lugar e suas asas preenchiam todo o caminho atrás dela.
- Ele envenenou o Daniel. - Ela disse ao chegar perto de Luciano.
Luciano olhou para a Peste, seus olhos exalavam uma raiav profunda, um ódio incontrolável, sua voz estava muito mais forte que das últimas vezes.
- Laura, Mariana... segurem ele, vamos ter uma pequena conversa.
Laura cravou sua espada em um dos braços do cavaleiro e Mariana cravou a sua no braço oposto, arrancado gemidos profundos de dor dele. Os olhos de ambas já eram inundados por suas glórias, suas asas já cobriam o corpo do cavaleiro, impedindo qualquer visão externa dele e impedindo que ele fugisse.
Luciano se aproximou calmamente dele, como se nada mais ocorresse em sua volta, olhou fundo nos olhos da Peste e fez com que sua voz ecoasse por toda a lanchonete, fazendo sua voz abalar as estruturas da já decadente lanchonete.
- Retire o veneno do corpo dele agora Peste.
O Cavaleiro sorriu, gargalhou... algo tão maléfico quanto sua própria existência.
- Você vai me matar de qualquer jeito não é seu arcanjo maldito? Por que eu deveria salvá-lo? Se eu fizer isso, você sabe muito bem o que Lúcifer fará comigo quando você meenviar de volta ao inferno... Que esse garoto morra!
Luciano saiu da frente do corpo da Peste, sua raiva e paciência ainda inabaladas...
- Você sabe muito bem que quando tudo isso acabar eu vou buscar você no inferno e arrancar a sua cabeça não sabe Peste? - Luciano disse calmamente, seu corpo cedendo à sua forma angelical e iluminando a noite que já caía do lado de fora da lanchonete.
- Vou esperar você ansiosamente, traga seus amigos para fazermos uma festa. - Peste olhou para Laura e Mariana.
Laura quase que imediatamente enterrou sua mão no corpo da Peste, arrancando uma de suas costelas fazendo o cavaleiro urrar de dor.
- Ele é todo seu Isa. - Mariana disse.
Quando a Peste abaixou seus olhos, ele pôde ver que Isadora estava na sua frente, seu arco novamente em sua mão, mas a flecha era diferente, a ponta da flecha tinha uma porção da glória de um anjo, um veneno para demônios e criaturas infernais.
Antes que a Peste pudesse esboçar qualquer reação a flecha atravessou seu corpo fazendo ele se incendiar, enquanto ele queimava, Mariana retirou o anel de seu dedo indicador e colcou em uma pequena bolsa.
Gustavo vinha em sua direção com o anel da Fome também já em mãos, Luciano estava na porta, olhando pensativo para a noite que caía do lado de fora, talvez elesó procurasse uma resposta para o fato de ele ter aparecido ali, ou para o fato de Daniel estar morrendo, talvez... só talvez ele tentasse fugir daquilo tudo.
Isadora voltou para perto do corpo de Daniel, ele moveu-se um pouco, tentava falar alguma coisa, mas já estava sufocando em seu próprio sangue. Os outros anjos juntaram-se ao se redor e até mesmo Luciano não conseguiu evitar de juntar-se a eles.
- Fique calado Daniel, não tente falar... - Isadora tentava convencê-lo
- Obri... Obrig.... - Ele tentava falar mas desistiu.
Daniel olhou para cada um de seus amigos, pensou em toda sua vida até ali, de tudo o que tinha feito... ele sorriu, simplismente sorriu e todos entenderam o seu recado. Todos fecharam seus olhos, eles estavam falando com Deus, dirigindo uma singela oração ao Pai perdido, esperando que de algum jeito ele pudesse ouví-los, que de algum jeito ele pudesse entendê-los. Daniel jogou a cabeça para trás, a última coisa que viu fora lágrimas caindo sobre seu rosto... Isa estava chorando, ele só havia visto um anjo chorar apenas uma vez... ele esforçou-se para tocar o rosto dela, dizer a ela para não chorar.... mas antes que pudesse alcançar seu rosto seus olhos se fecharam e ele parou de sorrir.
Daniel estava morto, seu corpo ferido e sem vida agora estava nos braços de Isadora. Os outros anjos se afastaram, a decepção tomando conta deles, a dor, de alguma forma aquele garoto havia mudado suas vidas, havia feito eles acreditarem que não precisavam escolher um lado, mas fazer seu próprio.
Luciano caminhou em direção à porta, ele pisava os cacos de vidro sem medo de se ferir, ao chegar na porta ele girou o corpo nos calcanhares e olhou em direção aos anjos abatidos no lugar, a esperança havia ido embora de seus rostos... a vida havia ido embora.
- Não podemos parar agora... seria um grande desperdício de trabalho... Daniel morreu por cada um de vocês, morreu por tentar fazer a coisa certa, só falta mais um anel, só falta a Morte. E algo me diz que se pudermos encontrá-la, conseguiremos trazer ele de volta. Precisamos ir, agora estamos correndo contra o tempo.






Continua..................................................






PS: Quero dedicar este capítulo à garota mais incrível que já conheci, à minha namorada, a garota que amo e que me faz acreditar que meus sonhos não precsam se limitar apenas a ser sonhos. Sei que ela era contra à morte do personagem, mas ainda assim era algo necessário.
Amo você Isa. NEOQAV

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cap.18 - Hells Bells

Eu ainda estava me levantando quando Gustavo foi arremessado na direção do balcão, a Fome olhava atordoada para a cena, enqanto via novamente eu ir de encontro ao chão. Isadora, Mariana, Laura e Vitor foram arremessados na mesma direção de Gustavo, um vento forte soprou no lugar... mas não era um vento comum. Quando me apoiei nas cadeiras espalhadas pelo chão pude ver o motivo de tal vento... uma grande nuvem negra se aproximava, mas não era uma nuvem de tempestade... nunca havia sido, aquela nuvem estava viva, aquela nuvem respirava.
De repente a nuvem atingiu a lanchonete... ela estava viva, porque era uma nuvem de gafanhotos, então enquanto os gafanhotos ocupavam todo o espaço do local um senhor, provavelmente passando dos seus sessenta anos entrava na lanchonete pela porta da frente, pisando os vidros estilhaçados, ele tinha o olhar fixo em mim, grandes olhos amarelos, ele andava devagar, como se se arrastasse pelo chão.
Ele olhou para mim , seus olhos amrelos intensos, queimando de fúria, me senti sufocar, me sentia doente... fraco, subitamente fraco. Todos os anjos em minha volta pareciam estar sofrendo a mesma coisa que eu, só que de uma fora muito pior, eles gritavam de dor.
A Fome se levantou, tirou os estilhaços de seu vestido e desfilou até onde aquele senhor se encontrava, ela olhou novamente para mim e sorriu, euvia o desejo de sangue em seus olhos, de um em especial.... o meu sangue.
Eu poderia ser só um adolescente normal, passar por problemas normais como notas baixas, mas não, isso não era suficiente... Eu tinha que ser um arcanjo perdido, responsável por uma batalha que definiria o destino de todo o universo, eu tinha que ser o responsável pelo apocalipse. Sinceramente tudo isso já havia me deixado com raiva, muita raiva, e essa raiva me deu forças.
Ainda que eu sentisse que meus órgãos iriam explodir, eu não desviava o olhar da Fome, sua sede de beber o meu sangue, sua ânsia por me destruir, eu levantei ou pelo menos eu tentei, e segui me arrastando em direção aos dois, enquanto meu sangue saía pela minha boca e minhas roupas eram rasgadas pelos estilhaços no chão.
Ainda assim eu caminhei, eu me arrastei em direção aos dois, até que a Fome veio em minha direção e me chutou, me fazendo regredir todo o percurso.
- Isso é o que você e seus amiguinhos ganham por tentar me matar Daniel. Não é irmãozinho? - A Fome virou para o homem ao seu lado e ele apenas balançou a cabeça afirmativamente sem desviar os olhos de nós.
- Esse, Daniel, é o meu irmão.... a Peste. - Fome sorriu para mim, seus olhos negros me atraindo e me jogando nas trevas.
Senti uma força me levantar, não havia ninguém atrás de mim, mas eu pude ver a Peste mechendo suas mãos devagar e graciosamente, como um maestro conduzindo sua orquestra... só que ele não era um maestro e eu definitivamente não era uma orquestra.
Ele me lançou na parede, eu tentava lutar inutilmente contra ele, dava socos no ar, mas eu não poderia combater algo que não podia ver. Ele me lançou de encontro aos estilhaços do vidro e quando eu finalmente caí, meu sangue se espalhava pelo chão.
Minha consciência estava se perdendo, não sentia amis o meu corpo... eu estava desmaiando, lutando com todas as minhas forças contra isso, mas não era algo com o qual eu pudesse lutar.
Vi a Fome se aproximando lentamente, sorrindo, olhei para o lado e vi meus amigos ainda lutando para tentar se erguer, mas a Peste era mais forte do que eles. Aquele era o meu fim, então se eu estava mesmo destinado a morrer, não iria dar à Fome o prazer de morrer me vendo com o terror nos meus olhos, não.
Mudei minha expressão e sorri, o que pareceu não agradá-la, pois a escuridãoem seus olhos tornou-se sufocante, seus cabelos negros dançavam em seu rosto e ela avançava em minha direção, firme cruel, aquela não seria uma morte indolor. Reuni todas as minhas forças e tentei piorar a minha situação.
- Você... sabe que se eu voltar.... eu vou estar muito nervoso, não sabe?
- Você não vai voltar Daniel. - Ela sorriu
- Vai pro inferno.
- Vou logo atrás de você, vou te torturar pessoalmente, eu prometo.
Finalmente ela me alcançou, girou meu corpo quase sem vida no chão, fazendo os estilhaços rasgarem as minhas costas e meu sangue fluir ainda mais. Ela apontou seus dedos no meu coração e sorriu, aquele era o meu fim. Então algo aconteceu.
O sorriso no rosto da Fome sumiu e uma expressão de dor assumiu seu lugar, ela caiu no chão ao meu lado, uma lança atravessando seu corpo. Peste ainda sem entender a situação desviou seu olhar dos anjos e eles conseguiram se libertar... então parado na porta eu vi, eu vi um velho amigo.
Luciano estava parado na porta, sua espada em punho, sua expressão séria de sempre... estava na hora de virarmos o jogo, ou quase todos já que eu não sentia mais meu corpo, não sentia nem mesmo minha alma.







Continua.....................................................

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Cap.17 - How to save a Life

Eu me sentei novamente no banco, ainda tentava não encarar diretamente os olhos da Fome, eles traziam à tona meus piores anseios, meus desejos mais profundos. Ela sorriu novamente e começou a falar.
- Há muito tempo, muito antes da criação dos anjos que hoje "cuidam" de você... muito antes disso tudo houve uma grande guerra nos reinos celestes.
- De quato tempo estamos falando? - Eu perguntei e notei que ela não gostou de ser interrompida. Ela chegou-se um pouco mais perto de mim, a escuridão dos seus olhos era quase sufocante.
- Estamos falando do início dos tempos do seu querido planeta Terra. Estamos falando da grande batalha entre Lúcifer e Deus. O Seu Pai resolveu condenar Lúcifer pelo pequeno golpe que o seu único querubim ungido estava preparando. Ele lançou Lúcifer e mais dois terços dos anjos celestes direto no inferno. Isso é o que você sabe, agora vamos ao que você não sabe - ela sorriu e dessa vez não tive com evitar, ela me capturou com seus olhos negros e me submergiu em trevas - Deus não fez isso sozinho, ele teve ajuda e as batalhas trouxeram grandes baixas para os dois lados. Do lado do Seu Pai estavam os dois arcanjos mais poderosos de todos os tempos, os chamados Originais, esses arcanjos nasceram do mais puro e completo pode de Deus; além deles estavam um terço dos anjos dos céus e o resto da santíssima trindade. Do lado de Lúcifer estavam eu, meus irmãos e o resto dos anjos. Nós íamos ganahr aquela guerra....
- Então o que houve? - Eu ousei perguntar
- O que houve? - Ela bradou - O que houve foi que estávamos na batalha final, aquela que iria decidira vitória ou a derrota, devo dizer que o Céu estava perdendo. Então aquele maldito arcanjo... um dos originais, chamado Daniel, ele sabia que se quisesse ganahr só haveria uma coisa a fazer.
- E o que era?
- Ele sacrificou a sua graça, toda a sua glória, todo o seu poder para salvar seus preciosos irmãozinho e seu precioso Pai. Ele rompeu os limites de sua própria glória, esse baque foi tão forte que uma grande cratera se abriu no local, expondo um lago em chamas, então os anjos do céu aproveitaram e lançarma nesse lago todos os anjos desertores, eu e meus irmãos... e como se não bastasse Seu Papaizinho prendeu Lúcifer nas profundezeas desse lago. Ali foi criado o inferno, o esboço dele. Infelizmente esse precioso arcanjo morreu... mas não completamente. Uma pequena parte dele, uma ínfima parte de sua glória foi recuperada pelo próprio Deus e armazenada em um lugar que todos desconheciam. A partir de então Deus criou novos arcanjos, mas não deu a nenhum deles o poder que esses dois originais tinham.
- Quem é o outro original? - Eu perguntei
- O outro original meu garoto é o arcanjo Miguel... Mas vamos ao que interessa, você quer meu anel e eu quero essa parte perdida do arcanjo. - A Fome disse
- Não tenho idéia de onde ela possa estar.
- Claro que tem... porque essa parte é você Daniel, você é o último pedaço do mais poderoso arcanjo de todos os tempos, é por isso que tanto o céu como o inferno querem você.
- Voce está enganada, isso não é verdade, eu sou apenas um humano, um humano como qualquer outro. - Eu respondi assustado
- Você nunca se perguntou o porquê de você ser o escolhido? O que te torna tão diferente dos outros humanos? O porquê de você ter recebido a graça de um anjo e não ter morrido? Você Daniel têm nas suas veias sangue angelical, você Daniel é o receptáculo do poder de Deus.
Ela passou a mão pelo meu rosto e sorriu, a escuridão nos seus olhos se tornou mais profunda e ela se aproximou de mim. Tentei recuar mas me dei conta de que os dois demônios na porta, agora estavam segurando meus braços, me prendendo no meu lugar. A Fome rasgou minha camisa, e apontou seu dedo para o meu coração.
- Agora... um pequeno corte aqui no coração, uma pequena extração de uma pequena parte do seu coração e logo, logo tudo será resolvido....
Ela cravou a unha no meu peito e um choque percorreu todoo meu corpo, uma dor aguda surgiu e meu sangue escorreu. Tentei alcançar meu canivete no meu bolso, mas era inútil, não havia como... aqele era o meu fim.
Então tudo aconteceu tão rápido.... ouvi um estrondo forte no vido da frente da lanchonete, uma grande tempestade estava vindo, então algo semelhante a um raio rompeu o vidro partindo ele em mil pedaços e atingiu a Fome lançando ela atrás do balcão.
Os demônios me soltaram e correram para ajudar a Fome, foi então que pude ver o que havia acontecido, o que atingiu a Fome.... era uma flecha. Depois que o clarão passou pude ver que do lado de fora Isadora segurava um arco e ainda o apontava para a Fome, seus olhos brilhavam como duas supernovas. Atrás dela Gustavo, Vitor, Laura e Mariana formavam uma linha, todos com a espada nos punhos.... mas Laura aprecia segurar um raio e Vitor parecia ser a própria tempestade que se aproximava. Gustavo entrou na lachonete, passando por cima dos cacos e me estendeu a mão....
- Essa batalha não é somente sua garoto, não seja egoísta, eu não luto somente por você, eu luto para que todos os humanos e anjos possam viver em paz novamente, eu luto porque essa é a vontade do Meu Pai.










Continua..................................................

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cap.16 - Lonely Day

Para onde eu estava indo? Depois de três dias sem rumo vagando pelas ruas do Rio de Janeiro finalmente tomei um rumo... não exatamente um rumo, mas uma direção, um lugar para decidir que rumo tomar. Desde de pequeno só havia um lugar onde eu conseguia esvaziar a minha mente e tomar decisões importantes e esse lugar era: Cabo Frio. E é para lá que eu estava indo.
Algo dentro de mim me dizia que se eu apenas sentase na areia da praia e visse o pôr do sol, eu saberia o que fazer, como sempre foi. Se eu apenas observasse o movimento das ondas, ouvisse seu barulho sendo cortado pelos ventos... somente isso poderia esvaziar minha mente.
Onde eu estava? Naquele exato momento eu estava sentado numa lanchonetede beira de estrada, na via lagos dirigindo para Cabo Frio. Tentava desanuviar meus pensamentos, eu precisava, pelo menos um pouco. Então eu tive a sensação mais estranha que tive em minha vida... tudo estava tão calmo, tão sereno, até ela chegar.
Ela era alta, possuía um porte de uma nobre, era linda e pelo simples fato de entrar pela porta da lanchonete, esse simples fato me despertou... fome. Me fez devorar meu sanduíche em questão de segundos e ainda assim eu estava com fome, e com a fome outro sentimento pareceu explodir dentro de mim: ódio, todo o meu ódio acumulado, toda a raiva que eu sentia de anjos e demônios, tudo o que eu sentia por todos naquele exato momento.
A mulher olhou para mim e sorriu, ela usava um vestido longo preto, que lhe caía erfeitamente, como se ela e o vestido fossem uma única peça, seus olhos eram tão negros quanto seu vestido e seu cabelo longo. Usava um cordão no pescoço cujo pingente era uma balança. Foi então que eu precebi que ela não sorria mais, ela me encarava.
- É falta de educação encarar uma dama, meu jovem. - Eladisse entre os dentes, até mesmo sua voz me causava fome, tudo nela me causava uma fome incontrolável.
Eu não respondi nada, apenas continuei olhando para ela.
- Você me parece com fome. - Ela disse
Eu tentava a todo custo desviar o meu olhar do dela, mas era simplismente impossível, era como se eu estivesse preso àquilo, como se ela estivesse sugando a minha alma. Me concetrei, retomei meu foco e por um instante de segundo eu pude desviar o meu olhar, somente para ver a cena horrenda que se passava a minha volta.
Havia uma criança no chão vomitando hamburgueres e ainda assim pegava mais da mesa e continuava a comer. Havia um casal se comendo numa das mesas, e quando digo se comendo, digo no sentido lateral, eles estavam se devorando e banhando a mesa e o lanche de sangue. E as outras pessoas do local não estavam tão diferentes.
Na porta haviam dois homens com sobretudos pretos, se destacavam dos demais, não só pelo fato de estarem serenos com tudo aquilo, mas porque pareciam se divertir com a cena. Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos... eles... as órbitas negras vazias estavam no lugar dos olhos... eles eram demônios.
- Quem é você? - Eu perguntei para a mulher na minha frente sem olhar diretamente em seus olhos.
E pude ouvir da parte dela.
- Não tenha medo criança, não vou machucá-lo... não é meu objetivo primário.
- Do que você está falando? Quem... Quem é você?
- Vou te dar uma dica... você está com a moto do meu irmão lá fora.
- Do seu irmão? Você quer dizer... a Guerra?
- Sim... vamos ver se você advinha quem eu sou, olhe novamente ao seu redor garoto.
Eu não precisava olhar novamente, até porque a cena ao meu redor deveria estar muito pior agora.
- Você é a Fome!
E dessa vez eu não pude desviar o olhar do dela, ela sorriu e o lugar estremeceu, por um momento eu pensei que ele viria abaixo, pude perceber ao fundo que uma grande tempestade se aproximava... Os olhos dela...eram negros como a mais profunda noite.
- Você não é tão burro quanto parece... por isso não vou te matar agora. Vamos, pegue uma coca cola e vamos conversar um pouco.
- Eu tenho escolha? - perguntei entre os dentes.
- Não, não tem. Mas vamos dizer que o assunto vai lhe interessar. Agora beba!
Então uma sede sem limites tomou conta do meu ser, parecia que eu havia estado no deserto por anos, minha garganta arranhava, era algo incontrolável e desesperador. Não resisti, pulei o balcão e abri uma garrafa de coca virando até a metade num único gole.
- O que você sabe sobre o fim dos tempos, meu pequeno humano?
A sede parou da mesma forma que começou e eu senti como se meu estômago fosse explodir, eu não resisti àquela pressão e vomitei no chão. A Fome sorriu novamente.
- As vezes me esqueço de como isso é divertido, agora responda mortal!
- Sei o que todos sabem, da mesma forma que sei o que todos sabem sobre o início dos tempos. Deus e o Diabo, bem e mal, apenas isso. - Eu ofegava.
- Então seus queridos amiguinhos angelicais não te contaram a verdade? Isso é fascinante, por falar nisso onde eles estão?
- Eu estou sozinho.
- Hummm... entendo.
- O que você quis dizer com verdade?
- A verdade meu garoto, a lenda mais antiga de todos os tempos, o arcanjo perdido, nunca ouviu falar?
- Não.
- Então isso vai ser divertido, sente-se garoto... temos muito o que conversar.









Continua..............................................................

domingo, 4 de julho de 2010

Cap.15 - Californication

A poeira e a fumaça se misturaram ao enxofre que ainda pairava no ar, tornando tudo aquilo numa mistura quase insuportável. O cenário era de destruição completa... casas vieram abaixo, e as que ainda mantinham-se de pé não estavam livres de danos sérios em suas estruturas. Uma chuva fina começou a cair deixando tudo com cara de fim dos tempos. Caí de joelhos no chão dominado pela lama formada pelas cinzas, olhei para o céu, buscando por qualquer ajuda, buscando por qualquersinal de... Deus, mas ele não estava lá, não mais.
Meus olhos caíram juntamente com a minha cabeça de volta ao chão... Isadora e Gustavo vieram correndo para ver como eu estava.
- Daniel, como você está? - Isadora perguntou com seu jeito doce de sempre.
- Como eu poderia estar? - Olhei para os lados e só enxergavadestruição, tudo por minha causa, tu poruqe eu recusava a ceder e a me entregar... tudo aquilo era minha culpa e todos que se importavam comigo e que eu considerava como amigos estavam caindo no profundo abismo da morte por minha culpa.
- Melhor deixarmos ele sozinho Isa... acho que ele precisa pensar um pouco. - Gustavo disse tentando puxá-la para longe, ela ainda oferecia alguma resistência.
Eu abaixei a minha cabeça, enquanto a chuva me ensopava, eu precisava daquele momento e precisava dele sozinho.
- Acho que vocês precisam cuidar da Laura... ela não me parece muito bem. Você poderia usar aquele negócio que usou em mim Isadora. - Eu disse entre os dentes.
Ela entendeu o que eu quis dizer, e então ela e Gustavo foram em direção aos outros no início da rua.
Coloquei a mão no meu pescoço, o meu cordão ainda estava ali, a única coisa que eu havia ganho dos meus pais que ainda sobrevivia a tudo aquilo, então de repente me dei conta do que ainda me mantinha de pé... meus pais, eu precisava trazê-los de volta. Só havia um jeito de fazer isso, era indo atrás do cavaleiro da morte, se eu encontrasse a Morte e roubasse o anel onde ela concentrava seu poder, talvez eu pudesse trazê-los de volta.
Eu não podia perder isso, não podia perder esse fio que me conectava à realidade, a única coisa que me conectava a esse mundo. Apesar das mãos sujas de lama e molhadas pela chuva, ainda podia sentir o cordão sob meus dedos, então eu fiz a única coisa que poderia fazer naquele momento... eu concentrei toda a minha força num único puxão e arranquei o cordão do meu pescoço.
O pingente de cruz, uma cruz quadrada caiu na lama e logo foi submergido por ela. Eu não precisava mais dele, não precisava mais orar, não havia mais porquê. Tudo o que eu havia sido um dia, tudo o que eu havia sentido, tudo aquilo que ainda me tornava humano, todas as coisas que formavam uma linha tênue entre minha humanidade e todo o resto, simplismente havia acabado. Certa vez uma amiga me perguntou sobre minha cruz quadrada, disse que aquela cruz era pertecente à pessoas que salvavam vidas e me perguntou se eu salvava vidas... agora tudo fazia sentido, eu não salvava vidas, todas aquelas que por algum acaso encontravam-se comigo acabavam machucadas.
Estava na hora de isso acabar, eu já estava cansado de todos ao meu redor se machucarem por minha causa, estava cansado de todos serem feridos pelo meu egoísmo, eu tinha que fazer isso sozinho, inha que terminar tudo isso sozinho. Era como se eu tivesse o Fred Gruger e o Jason lutando pela minha alma, agora a única coisa que eu podia fazer era sair do caminho e deixar eles lutarem.
Eu peguei o nel da Guerra que ainda estava jogado no chão e o coloquei no lugar do meu pingente de cruz. Me levantei daquele chão imundo e peguei a espada do poderoso cavaleiro da Guerra, aquilo imediatamente se transformou num canivete, não como o meu antigo, mas maior e mais sombrio, ele não era gelado, mas queimava na minha perna.
Caminhei em direção à moto e subi nela, eu seguiria sozinho daqui pra frente, eu conta céu e inferno, EU e mais ninguém iria acabar com essa disputa insana entre Lúcifer e Miguel. Liguei a moto e apesar de não saber muito bem como dirigir, era como se a moto lesse meus pensamentos, acelerei, tudo o que eu precisava naquele momento era sair dali e rápido.
Passei pelo início da rua e tudo o que pude ver foi Gustavo apoiando a Laura e ajudando ela a se levantar, enquanto Isa ajudava Mariana, Vitor abria porta do astra para levar todos de volta ao hotel, pelo menos todos estavam bem, isso me deixava mais tranquilo. Eu não podia mais colocara vida deles em risco, nunca mais.
Acelerei pela rua afora e nada amis me importava, nada mais, eu estava sozinho no mundo,agora eu teria de viver nas sombras.







Continua..............................................