quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cap.18 - Hells Bells

Eu ainda estava me levantando quando Gustavo foi arremessado na direção do balcão, a Fome olhava atordoada para a cena, enqanto via novamente eu ir de encontro ao chão. Isadora, Mariana, Laura e Vitor foram arremessados na mesma direção de Gustavo, um vento forte soprou no lugar... mas não era um vento comum. Quando me apoiei nas cadeiras espalhadas pelo chão pude ver o motivo de tal vento... uma grande nuvem negra se aproximava, mas não era uma nuvem de tempestade... nunca havia sido, aquela nuvem estava viva, aquela nuvem respirava.
De repente a nuvem atingiu a lanchonete... ela estava viva, porque era uma nuvem de gafanhotos, então enquanto os gafanhotos ocupavam todo o espaço do local um senhor, provavelmente passando dos seus sessenta anos entrava na lanchonete pela porta da frente, pisando os vidros estilhaçados, ele tinha o olhar fixo em mim, grandes olhos amarelos, ele andava devagar, como se se arrastasse pelo chão.
Ele olhou para mim , seus olhos amrelos intensos, queimando de fúria, me senti sufocar, me sentia doente... fraco, subitamente fraco. Todos os anjos em minha volta pareciam estar sofrendo a mesma coisa que eu, só que de uma fora muito pior, eles gritavam de dor.
A Fome se levantou, tirou os estilhaços de seu vestido e desfilou até onde aquele senhor se encontrava, ela olhou novamente para mim e sorriu, euvia o desejo de sangue em seus olhos, de um em especial.... o meu sangue.
Eu poderia ser só um adolescente normal, passar por problemas normais como notas baixas, mas não, isso não era suficiente... Eu tinha que ser um arcanjo perdido, responsável por uma batalha que definiria o destino de todo o universo, eu tinha que ser o responsável pelo apocalipse. Sinceramente tudo isso já havia me deixado com raiva, muita raiva, e essa raiva me deu forças.
Ainda que eu sentisse que meus órgãos iriam explodir, eu não desviava o olhar da Fome, sua sede de beber o meu sangue, sua ânsia por me destruir, eu levantei ou pelo menos eu tentei, e segui me arrastando em direção aos dois, enquanto meu sangue saía pela minha boca e minhas roupas eram rasgadas pelos estilhaços no chão.
Ainda assim eu caminhei, eu me arrastei em direção aos dois, até que a Fome veio em minha direção e me chutou, me fazendo regredir todo o percurso.
- Isso é o que você e seus amiguinhos ganham por tentar me matar Daniel. Não é irmãozinho? - A Fome virou para o homem ao seu lado e ele apenas balançou a cabeça afirmativamente sem desviar os olhos de nós.
- Esse, Daniel, é o meu irmão.... a Peste. - Fome sorriu para mim, seus olhos negros me atraindo e me jogando nas trevas.
Senti uma força me levantar, não havia ninguém atrás de mim, mas eu pude ver a Peste mechendo suas mãos devagar e graciosamente, como um maestro conduzindo sua orquestra... só que ele não era um maestro e eu definitivamente não era uma orquestra.
Ele me lançou na parede, eu tentava lutar inutilmente contra ele, dava socos no ar, mas eu não poderia combater algo que não podia ver. Ele me lançou de encontro aos estilhaços do vidro e quando eu finalmente caí, meu sangue se espalhava pelo chão.
Minha consciência estava se perdendo, não sentia amis o meu corpo... eu estava desmaiando, lutando com todas as minhas forças contra isso, mas não era algo com o qual eu pudesse lutar.
Vi a Fome se aproximando lentamente, sorrindo, olhei para o lado e vi meus amigos ainda lutando para tentar se erguer, mas a Peste era mais forte do que eles. Aquele era o meu fim, então se eu estava mesmo destinado a morrer, não iria dar à Fome o prazer de morrer me vendo com o terror nos meus olhos, não.
Mudei minha expressão e sorri, o que pareceu não agradá-la, pois a escuridãoem seus olhos tornou-se sufocante, seus cabelos negros dançavam em seu rosto e ela avançava em minha direção, firme cruel, aquela não seria uma morte indolor. Reuni todas as minhas forças e tentei piorar a minha situação.
- Você... sabe que se eu voltar.... eu vou estar muito nervoso, não sabe?
- Você não vai voltar Daniel. - Ela sorriu
- Vai pro inferno.
- Vou logo atrás de você, vou te torturar pessoalmente, eu prometo.
Finalmente ela me alcançou, girou meu corpo quase sem vida no chão, fazendo os estilhaços rasgarem as minhas costas e meu sangue fluir ainda mais. Ela apontou seus dedos no meu coração e sorriu, aquele era o meu fim. Então algo aconteceu.
O sorriso no rosto da Fome sumiu e uma expressão de dor assumiu seu lugar, ela caiu no chão ao meu lado, uma lança atravessando seu corpo. Peste ainda sem entender a situação desviou seu olhar dos anjos e eles conseguiram se libertar... então parado na porta eu vi, eu vi um velho amigo.
Luciano estava parado na porta, sua espada em punho, sua expressão séria de sempre... estava na hora de virarmos o jogo, ou quase todos já que eu não sentia mais meu corpo, não sentia nem mesmo minha alma.







Continua.....................................................

Um comentário:

  1. Se vc morrer agora eu vou ficar muito chateada =/
    Não vou nem pedir pra vc postar, pq sei q o proximo capitulo vai demorarrrrrr XD
    Te amo!

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