Eu não tinha a menor idéia de onde eu estava, tudo o que eu sabia era que estava claro, era calmo, uma brisa suave soprava no meu rosto... tudo o que eu sabia é que eu estava morto.
Não havia dor, não havia gritos, não havia sangue, não havia nem mesmo medo... estava tudo calmo, essa era a definiição de muitas pessoas para paz... e talvez fosse isso o que eu estava sentindo naquele momento... paz. Me levantei do lugar onde estava e me dei conta de que não era a mesa fria de um necrotério, mas era grama, grama úmida como se tivesse acabado de ser regada e o cheiro era maravilhoso.
Me sentei e reparei que minhas roupas não estavam rasgadas, eu usava uma calça jeans comum, uma camiseta branca e meus pés estavam descalços. Olhei ao redor e todo o cenário simplismente não se encaixava nos últimos acontecimentos.... parecia um jardim, com muitas árvores, nenhuma alta demais, a grama cobria a maior parte do jardim e eu podia ver umas flores espalhadas pelo lugar... um pouco mais abaixo do lugar onde eu estava havia um lago, um pequeno deck.... e um senhor pescando.
Eu só precisava saber de uma coisa: Como poderia voltar ao mundo humano e terminar o que eu havia começado... de alguma forma aquele senhor poderia ser a única pessoa que sabia disso... até porque ele era a única pessoa no lugar.
Eu estava a apenas alguns passos de alcançar o velho e começar a falar, mas ele se antecipou.
- Vejo que você acordou Daniel... - ele pareceu sorrir - sente-se e me ajude a pescar alguns peixes.
- Me desculpe senhor... mas eu não tenho a mínima idéia de onde eu possa estar, mas eu sei onde eu deveria estar... meus amigos precisam de mim, eu preciso sair daqui e....
- Sente-se Daniel. - Ele repetiu sem perder a calma.
Ele aontou para o lugar ao lado dele, como não tinha escollha resolvi me sentar.
- O senhor poderia me ajudar a sair daqui? - Eu perguntei calmamente.
Ele sorriu e pela primeira vez reparei nele, ele usava uma camisa havaiana, bermudas de tac tel, pequenos óculos escuros e um chapéu de pescador, seus pés estavam na água e ele parecia realmente gostar do que estava fazendo, apesar de eu não ter visto um peixe fisgar a isca dele desde que eu havia chegado.
- Você gostaria de me ajudar a pescar?
- Desculpe.... eu realmente preciso sair daqui. - Eu repetia
- Não há como sair daqui filho... e ainda que houvesse um jeito, se eu fosse você desejaria não sair... o mundo dos humanos é perigoso, cruel...
- Eu sei de tudo isso, mas eu realmente preciso sair daqui, meus amigos precisam de mim, a humanidade precisa de mim.
- E você seria capaz de largar toda a paz que está sentindo aqui para voltar à Terra e salvar seus amigos?
- Eu não tenho escolha.
- Sempre há uma escolha Daniel.
- Nem sempre, as vezes só existe a coisa certa a se fazer. E essa coisa é salvar os meus amigos.
- Sempre há uma escolha, você escolheu fazer o que chama de "a coisa certa". Como pode ter tanta certeza de que seus amigos precisam ser salvos? Talvez eles não queiram ser salvos.
- Não me importa, eu só sei que eu preciso voltar para estar ao lado deles, eles não devem carregar o peso de algo que está sobre as minahs costas, esse é o meu dever. Vai me ajudar a sair daqui ou não?
Ele permaneceu em silêncio durante um tempo, tempo esse que pareceram ser séculos.
- Você realmente seria capaz de trocar tudo isso, para salavr seus amigos? Seria idiota a esse ponto?
- Isso é o que eu devo fazer... só porque estou cansado de lutar, isso não me dá o direito de desistir, de abandoná-los... não é assim que funciona.
Ele sorriu, parecia estar me testando.
- Olhe a sua volta, não há regras, não há leis... ainda assim você insiste em fazer a coisa certa... por que?
- Não sei... realmente não sei. Não tenho a menor vontade de ser heróis, pra falar a verdade tenho medo de morrer, mas sei que isso é inevitável dadas as circunstancias, isso sem contar o fato de que eu já estou morto... Mas eu preciso voltar, nem que seja para morrer de novo, mas isso é o que eu devo fazer.
Eu me levantei, ele não parecia que ia me ajudar, e eu não tinha tempo a perder, na verdade estava correndo contra o tempo.
- Por que você se levantou?
- Porque eu preciso sair daqui e você não está ajudando. - Aquilo já estava me irritando
-Por que você reluta tanto em aceitar o seu destino?
- Por que me disseram que eu não iria conseguir.... Eu preciso ajudar os meus amigos e dane-se se eu tiver que morrer de novo, foi pra isso que eu nasci e o fato de eu estar com medo não vai me impedir de lutar.
O velho sorriu, e uma brisa quente soprou sobre o meu rosto, de alguma forma ele parecia estar intimamente ligado ao lugar, como se ele próprio fosse o lugar.
- Como você pode rir de tudo isso? Se sabe quem eu sou e o que eu quero, sabe o porquê, sabe que o undo está acabando... como pode estar tão tranquilo? Quem você pensa que é para achar que está imune a tudo isso? - Eu perdi a paciência admito, mas ele parecia ignorar tudo o que eu falava. - Quem você pensa que é?
Pela primeira vez ele moveu seu corpo, girou ele na minha direção e apoiou a vara de pescar sobre o deck, tudo isso sem deixar de sorrir, sem se abalar....
- Eu sou Deus.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
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Wonnnnn amor vc encontrou Deus! *-*
ResponderExcluirOBS: até q enfim um capitulo q vc nao tire a roupa XD hasuhsauashusaashsuasauh
Te amo demais!