Tudo ficou tão... quieto. Era como se todos ao meu redor estivessem em câmera lenta. No começo da rua, Laura estava deitada no chão com Mariana ao seu lado, bradando por qualquer ajuda, em algum momento eu pude jurar que elahavia pedido a ajuda do seu Pai... seu Pai desaparecido. Vitor cambeleava na direção das duas. Gustavo ainda que ferido mantinha -se de pé bem em frente ao lugar onde Baltazar havia caído no seu próprio abismo. Isadora estava à minha frente, os olhos distantes, esperando... esperando por algo que eu não tinha certeza exatamente do que era.
Todos estavam gritando e ainda assim estava tudo tão quieto. Tive a impressão de fechar os olhos por um momento, então me lembrei, algo quente no meu corpo, algo que formigava... aquilo... dor, era tudo o que eu conseguia pronunciar.
- Gustavo... ele não está voltando! - Isadora girou nos calcanhares e gritou na direção de Gustavo.
- Será um milagre se ele sobreviver! Isadora você sabe muito bem... humanos não tem estrutura para suportar a graça de um anjo... ainda que seja apenas um décimo dela!
- Não havia mais nada a fazer, ele estava ferido! Se nosso Pai estivesse aqui...
- Não fale amis em "nosso Pai" ele sumiu, ele nos deixou, abandonou esses mortais à própria sorte! Aliás nem sei o porquê de estar aqui, poderia muito bem ter me juntado à Miguel e evitar tudo isso, nós sabemos como isso irá acabar e ainda assim lutamos tanto.
- Você sabe porquê estamos qui Gustavo, é a coisa certa a se fazer, eles precisam de nós, nós juramos proteger esses mortais. - Isadora ainda tentava argumentar.
- Palavras vazias... Ele nos abandonou e com ele suas promessas!
Isadora girou novamente em minha direção, ainda que inerte dentro de minha mente, eu pude ver o olhar dela, poderia jurar que um pequeno brilho de esperança surgia, um apelo, um apelo para que eu não morresse. Gustavo caminhou em nossa direção, apesar de relutar contra a idéia de estarse juntando aos humanos e aos anjos renegados, ainda asim ele estava ali. Ele também tinha esperança, esperança de que tudo isso acabasse de uma maneira diferente da que foi escrita.
- Dor... - Pude ouvir o som de minha própria voz, um som distante, mas ainda assim um som, eu não havia morrido, eu estava ali.
Os dois arregalaram os olhos ao ouvir minha voz, se aproximaram e sorriram, ainda que espantados, afinal segundo ele eu deveria estar morto.
- Esse garoto... ele não é... - Gustavo não conseguiu terminar a frase.
- Ele não é como os outros humanos... ele é mais forte do que aparenta, nós podemos mudar essa história Gustavo, nóspodemos fazer um final diferente do que foi escrito... - Isadora sorriu e foi como se todo o lugar tivesse se iluminado, até mesmo Gustavo estava começando a acreditar nessa chance.
- Por que vocês relutam tanto em aceitar o seu destino? - Uma voz ecoou do outro lado da rua, perto da delegacia, um homem parou e olhou para nós.
Ainda com dificuldade, pude girar minha cabeça em sua direção... ele era a Guerra. Era alto, o cabelo num corte militar, usava jeans rasgados e uma blusa preta, por cima uma jaqueta do exército bem velha. Ele não mostrava os olhos, usava um óculos escuros estilo ray-ban, mas aidna assim deixava transparecer por detrás deles órbitas vazias como a noite, com duas chamas brilhantes, como se carregasse o próprio inferno dentro de sim. Sua voz era firme e causava uma sensação de agonia, parecia que ele guardava dentro de si todas as vozes daqueles que morreram em guerras... esse é o cavaleiro da Guerra.
- Por que disseram que eu não conseguiria. - Eu disse entre dentes, tentando me erguer e ignorar completamente essa dor que queimava meu corpo.
Gustavo e Isadora colocaram-se na frente, eles tentavam a todo custo me proteger, impedir que a Guerra chegasse até onde eu estava.
- Crianças tolas... lembrem-se o papai de vocês não está mais no comando. Poderia matá-las agora mesmo se quisesse, aliás poderia matar todos vocês...
- Por que você não tenta? - Isadora reagiu e Gustavo apontou sua espada na direção do rosto do cavaleiro.
Guerra sorriu, agitou suas mãos e ambos foram lançados 10 metros atrás, como se fossem apenas folhas de papel.
- Insolentes... acham mesmo que podem ganhar uma batalha contra o Cavaleiro da Guerra? Pensie que vocês anjos seriam mais inteligentes. - Ele caminhou em direção aos dois anjos caídos contra a parede de uma casa. Retirou sua espada de de sua cinta... aquela espada era a coisa mais terrível que ja havia visto, vermelha como o sangue de seres humanos, fria como a escuridão do inferno... assim que ele levantou a espada pude ver, ele carregava um anel na mão direita. O anel.
Ainda não sei bem como me levantei, mas o fiz. Peguei minha pequena espada no chão e a empunhei contra a Guerra.
- Deixe... Deixe eles, é a mim que você quer. - Apesar de falahada minha voz era firme. Ele virou para me encarar.
- Abaixe essa espada garoto, nem em condições de lutar está. Tudo o que eu quero é conversar... Você quer o Diabo morto, eu também, não gosto da idéia de ser escravo dele, muitomenos meus irmãos. Antes que você chegasse eu já havia falado com eles, o comitê de boas vindas era apenas para que pudéssemos ficar a sós. Sente-se por favor.
Ele novamente agitou as mãos e uma mesa surgiu no meio da destruição, duas cadeiras e um pequeno copo de água.
- Beba, vai aliviar essa queimação no sue peito. Anjos idiotas... não aprenderam que não devem misturar sangue angelical com sangue de pequenos insetos como vocês, isso mataria qualquer um. Mas estou surpreso por ainda poder se erguer. O que acha de fazermos um trato?
- Que tipo de trato? - Eu disse enquanto tomava um gole da água, não era muito inteligente da minhas parte eu sei, mas aquela dor estava me matando.
- Eu te dou os anéis de todos os cavaleiros se você me entregar a alma de todos os humanos... não me importo se você irá matar ou não o Diabo, tudo o que eu quero é espalhar o cao, eu quero a vida de todos os humanos. - Ele sorriu
- E se eu disser não?
- Bom, isso tornaria tudo mais difícil para você, me forçaria a te matar e a matar todos os humanos do mesmo jeito.
Eu levantei da mesa, a água estava fazendo efeito, a queimação havia diminuído, a graça angelical se espalhava pelo meu corpo, eu sentia... sentia vida, vida eterna pulsando em minhas artérias, a vida do próprio Deus.
- Então manda ver.
O cavaleiro se levantou da mesa, jogou seus óculos na direção da moto, ele sorria, seria um prazer me matar ali e agora.
- Será um prazer imenso te matar.
- Não esteja tão certo disso.
Ele veio caminahndo em minha direção, passo rápidos, ele vinha com sede de sangue... o meu sangue. Mas a apenas um passo de me alcançar ele parou repentinamente, nem mesmo ele acreditou, ele não conseguia se mover. Ao olhar para trás ele entendeu o porquê.
Gustavo o havia prendido com as correntes que ele próprio carregava em sua moto. Isadora segurava com toda a sua força, auxiliada por Gustavo, eles não aguentariam por muito mais tempo.
- Ora seus... - Ele ameaçou correr na direção deles.
O que se passou foi rápido como um trovão. Assim que ele ameaçou correr, eu me lancei para frente, fazendo com que meu punhal fosse cravado nas costas dele. Ele aprou e gritou de dor, virou-se novamente para mim, as chamas em seus olhos tão intensas que eu pude sentir o calor, ele tombou no chão assim que Gustavo puxxou as correntes. Tirei a espada da cinta da Guerra e cortei fora sua mmão, juntamente com o anel. O gemido de dor mais horrível até aquele momento estava saindo do fundo seu peito, o grito de dor de milhões almas presos dentro dele.
Peguei o anel e quando olhei, seu corpo simplismente havia sumido, eu havia conseguido, havia pego o anel.... Mas a que preço?
Continua...........................................
terça-feira, 29 de junho de 2010
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Que preço?? AHHHH!!!! Continuee!
ResponderExcluirDANIEL CAMARA Posta logo!
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