Vitor parou o carro. Era uma rua como qualquer outra de uma zona residencial de Botafogo, pelo menos deveria ser... na verdade acho que algum dia tenha sido, mas não agora, não mais. Passando por ela sem prestar atenção você não veria nada além de casas, uma pequena delegacia ao fundo, aparentemente abandonada. Mas se você decesse de um carro e parasse em frente a rua, observando cada mínimo detalhe, sabendo que ali você poderia encontrar a morte... ou mais precisamente a Guerra, você veria pequenos vultos em frente as casas, um leve cheiro de enxofre que contaminava o ar, e no final da rua uma moto preta, parada bem em frente à delegacia.
Quando voltei à mim percebi que Laura e Vitor estavam do meu lado, eles estavam tensos, como eu nunca havia visto antes. Então um vulto tomou forma à nossa frente, era o mesmo repórter do jornal... Baltazar. Ele olhava para cada um de nós com uma certa satisfação, os olhos negros e o hálito de enxofre.
- Acho que agora já podemos começar a festa. - Baltazar disse calmamente.
- Não haverá festa Baltazar... nós viemos aqui para pegar o anel da Guerra e gostaríamos do menor estrago posível. - Vitor disse olhando para Baltazar sem desviar o olhar.
- Você sabe que não é assim que funciona... - Baltazar disse olhando com frieza.
- Eu esperava que você nos dissesse isso. - Laura sorriu.
Senti um fogo correndo em minahs veias... era algo diferente, era ódio, o mais puro ódio, a essência dele, acho que era o efeito do Cavaleiro. Ao mesmo tempo senti o canivete no meu bolso gelar, até o ponto de ficar insuportável.
Baltazar percebeu e sorriu.
- Que começem os jogos então... eu espero você do outro lado da rua mortal. - Ele olhou para mim e por um breve momento eu pude ver a face que ele escondia de mim, o demônio que ele era.
Baltazar desapareceu, eu recuei um passo e pude ver o que havia se formado à minha frente. A rua que estava vazia até 10 minutos atrás agora estava cheia de pessoas, todas com olhos negros e sorrindo maliciosamente para nós, cada uma delas com uma espada em mãos. Pude perceber que a tensão em Laura e em Vitor se agravou, eles também recuram um passo e puxaram suas espadas.
Elas brilhavam com muito mais intensidade que o meu punhal, elas emanavam poder, o poder de Deus. Eles deram um passo para frente. Laura parou e olhou para trás.
- Leve ele até a Guerra e tragam o anel de volta.
Me virei para ver quem estava atrás de mim e pude perceber com quem ela falava, atrás de mim haviam três pessoas, dentre elas estava a Mariana e mais dois anjos.
- Gustavo... Isadora... levem ele até o final da rua. - Mariana disse para os dois anjos que estavam do seu lado e pouco depois juntou-se com a Laura e o Vitor.
- Você vem conosco Daniel. - os dois pararam do meu lado e seguraram em meus braços, por um breve momento me senti planar no ar, quando me voltei a mim já estávamos próximos à delgacia, toda a multidão de demônios havia ficado para trás. Ao me virar pude ver Laura, Mariana e Vitor marchando em direção aos demônios, eram muitos mais do que eu conseguia contar, não havia jeito de aquilo dar certo. Tive vontade de recuar.
- Eles vão ficar bem Daniel, você não pode recuar, não agora. - Uma voz doce soprou em meus ouvidos como uma brisa no final de uma tarde quente... a voz do anjo que a Mariana chamou de Isadora.
Voltei a olhar para frente, agora eu estava firme, eu não podia falahr, eu carregava o peso de toda a humanidade em minhas costas. Tirei o canivete do meu bolso e ele se transformou numa espada curta, um punhal de quase um metro de comprimento.
Baltazar apareceu na nossa frente, ele trazia duas espadas às mãos, ele estava sorrindo, uma satisfação demoniaca.
- Desse ponto vocês não passam. - Ele olhou para o Gustavo e a Isadora.
- Daniel, vá, nós cuidamos desse demôniozinho insignificante. - Gustavo disse, a voz semelhante a um trovão, asim como a de Vitor.
Eu segui em frente... não poderia parar agora, não poderia recuar, aquela era a minha primeira luta, eu estava sozinho, não havia mais o que perder, não havia nada, apenas 5 metros me separavam de uma moto preta e de seu dono... a Guerra.
Continua..................................................
quinta-feira, 24 de junho de 2010
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Ebaa eu to na históriaa *-*
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