domingo, 26 de setembro de 2010

Cap.25 - Running Up That Hill

As pessoas dizem que quando se está prestes a morrer sua vida costuma passar diante dos seus olhos em flashes rápidos, com imagens bem definidas, como um filme de curta metragem dentro da sua mente. Seu coração bate tão rápido que quase fica impossível ouvir as vozes de suas memórias e após tudo isso uma dor excruciante acaba com tudo... Então depois que tudo isso acaba não resta mais nada... nada.
Eu estava apoiado no ombro da Isa quando uma fumaça branca começou a brotar do chão e logo toda a clareira do cemitério estava envolta em névoa espessa. Não conseguia mais ver o rosto de nehum dos meus amigos, apenas sentia o calor da Isa que segurava meu braço.
- Ele chegou. - A voz de Mariana soou de algum lugar na minha frente, mas havia algo estranho na voz dela... havia medo.
- Preparem-se. - A voz de Laura também veio de algum lugar na minha frente, mas estava mais distante, ela também sentia medo.
Ouvi o som de passos vindo na minha direção e espadas sendo erguidas. Tmbém senti medo, apertei o braço em torno da Isa, os passo continuavam vindo, meu coração acelerou.
- Não tema, nós vamos proteger você de Miguel. - A voz da Isa soou como uma brisa em uma tarde de verão e de certa forma aquilo me acalmou, mas não o suficiente.
- E quem vai proteger vocês dele?
- Nós não seremos atingidos. - A voz de Vitor veio do meu lado esquerdo.
Então um vento frio começou a soprar no local, a névoa tornou-se ainda mais espessa... Tudo ficou tão silencioso, não um silêncio de morte, um silêncio pacífico, como se a glória de Deus estivesse baixando naquele lugar. Aquele era o poder de Miguel, o maior dos arcanjos.
- Não tenham tanta certeza assim. - Uma voz forte como um trovão, capaz de fazer o local tremer estava bem na minha frente. - Podemos fazer isso de dois jeitos, eu só quero o garoto aqui, o resto de vocês será consumido por traição ao exército divino.
Espadas se agitaram novamente, mas balançavam vazias, não havia como ver nada, Miguel nos tinha sob controle, qualquer passo errado e morreríamos de qualquer forma. Mas apesar de todo o medo que sentia, não podia deixar meus amigos morrerem por minha causa. Soltei o braço ao redor da Isa e me equilibrei sozinho, fazendo força para me manter de pé, minhas pernas ainda estavam parcialmente dormentes.
- Eu estou aqui Miguel! - Gritei a plenos pulmões e minha voz ecoou vazia pelo lugar, como se não houvesse nada nem ninguém no lugar.
Senti um braço esticando-se na minha direção e então um indicador tocou bem no meio da minha testa, naquele momento apaguei, já não sentia mais meu corpo, não era a minha vida que passava diante dos meus olhos, mas a vida de todos os seres humanos do planeta.
Guerras, fome, peste, morte. Pais matando seus filhos e filhos matando sua mães, mortes banais a troco de dinheiro, sexo, drogas. Vi uma criança que corria feliz por campos desérticos na África, ela deu um passo e explodiu, seu corpo estilhaçado por todo o lugar. Homens em jipes do exército batiam nas portas de casas do Afeganistão e estupravam mulheres e crianças, levavam elas como escravos. Idosos eram maltratados e jogado na sargeta em cada canto do planeta. Vi homens bêbados pularem do alto de prédios. Vi crianças se prostituindo. Vi adolescentes matarem seus pais por dinheiro para financiar seu vício. Vi trevas, escuridão, desilusão. Vi as portas do inferno abertas e toda sorte de espíritos, demônios e maldições fluindo através dela. Senti o cheiro pesado do enxofre no ar. Vi um trono vazio envolto na escuridão. Vi um anjo caído preso a corrente no fundo de um lago de fogo. Vi anjos celestiais caídos aos montes, mortos. Vi o paraíso onde antes eu estivera ser consumido, desaparecer. Vi meus pais correndo com uma criança no colo... era eu. Eles corriam na escuridão fugindo de algo maligno que chegava cada vez mais perto. Eu queria gritar, eu queria correr até eles, mas o som não saía da minha boca.
Mais intenso que todas as imagens de todo o sofriemnto do mundo, mais forte que a própria morte... Eu sentia cada dor, cada depresão e aquilo se acumulava em mim tornando difícil até mesmo puxar o ar. Eu gritava, mas é como se o som ecoasse vazio pelo mundo, grito silencioso, um cavaleiro na escuridão.
Tudo ficou escuro, tudo ficou silencioso, as imagens se foram, a dor se foi, tudo se foi. Eu estava sozinho novamente e tudo o que restava era a solidão e a escuridão, encolhi meu corpo até que pude abraçar meus joelhos, me sentia como uma criança sozinha no escuro, sentia medo, sentia as trevas prontas para me consumirem.
Fechei os olhos e pedi ajuda à Deus, procurei ajuda em algum lugar bem longe dali. Então tudo mudou, tudo ficou claro novamente e percebi que estava deitado num campo debaixo de uma árvore no alto de uma colina, o vale abaixo exibia flores e campos lindíssimos. Tive a sensação de que já estive ali... O Paraíso.
Um jovem por volta dos 23 anos apareceu na minah frente, ele vestia uma armadura de batalha completa, carregava um arco dourado nas costas, uma aljava lotada de flechas da mesma cor que o arco. No cinturão estava uma espada clara como o sol, seu capacete era dourado e do chão que ele pisava brotavam flores, como se elas emanassem vida. Então senti paz, pela priemira vez senti paz. Ele brilhava como se fosse o próprio sol, brilhava como se a glória de Deus o enchesse.
Ele estendeu a mão na minha direção, uma mão amiga e sorriu.
- Olá irmão... Eu sou Miguel.











Continua....................

Um comentário:

  1. Wouuuuuuuuu...
    Showde!!!!!Mas pera ele é bom ou mal?
    Não intendo! XD
    Te amo!NEOQEAV

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